Clayton Neves e Ana Paula Chuva

A Polícia Civil investiga a morte de uma idosa de 64 anos na noite desta sexta-feira (26), no Hospital Regional, em Campo Grande. Segundo familiares, os aparelhos de Neuraci Vieira teriam sido desligados pelos médicos sem autorização da família.

De acordo com informações do Boletim de Ocorrência registrado como homicídio qualificado, a filha da paciente, de 32 anos, contou que a mãe estava internada na unidade desde o dia 11 de novembro de 2017 com suspeita de pneumonia. Dois dias depois de dar entrada na unidade ela foi encaminhada ao CTI (Centro de Terapia Intensiva) entubada e em coma induzido.

Cerca de um mês depois, a idosa apresentou melhora no quadro clínico, teve aparelho de respiração retirado e retornou para o quarto. No dia 26 de dezembro, a filha contou à polícia que foi avisada por uma médica que a vítima havia contraído uma bactéria e no dia seguinte duas médicas chamaram a família para uma reunião no hospital e informaram que iriam interromper a hemodiálise e suspender os medicamentos.

Diante da possibilidade, um dos filhos de Neuraci disse que o procedimento configuraria eutanásia, no entanto, uma das médicas teria dito que na verdade, a interrupção de medicamentos e hemodiálise daria condições para que a paciente tivesse uma morte digna. No depoimento a filharelata que os filhos foram chamados de mesquinhos pela doutora.

Nos últimos dias, a paciente teria contraído uma superbactéria e infecção generalizada. Após a piora, a família explica que a equipe médica resolveu desligar por conta própria os aparelhos e cortar a medicação que mantinham Neuraci com vida.

A filha disse em depoimento que não concordava com as decisões da equipe médica e que chegou a discutir com especialista, já que na visão dela a mãe tinha condições de sobreviver. Por este motivo ela afirma que houve negligência por parte do hospital.

No relato da médica que constatou a morte de Neuraci Neuraci consta que ela estava internada por conta de uma pneumonia, evoluindo para insuficiência respiratória e renal crônica e internação prolongada com infecções de repetição, choque séptico e disfunção de múltiplos órgãos, constatado ainda pela médica que assinou o laudo, obesidade mórbida.

Cleverson dos Santos, delegado que investiga o caso, afirmou que vai aguardar ouvir os depoimentos para comentar o caso. No entanto disse que a princípio a morte é tratada como eutanásia e por isso foi registrada como homicídio.

Entramos em contato com a assessoria de comunicação do Hospital Regional, mas até o fechamento desta matéria não conseguimos contato.