Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) fizeram mais uma descoberta promissora no tratamento contra a Covid-19. O anticoagulante heparina, além de combater os distúrbios que a doença causava nos vasos sanguíneos pulmonares, reduziu em em 70% a infecção das células pelo novo coronavírus.

Esse último efeito foi constatado em laboratório. O uso de anticoagulantes em pacientes internados já mostrou seus efeitos na prática em hospitais paulistas, entre eles, o Sírio Libanês. Em parceria com a instituição de ensino superior, médicos conseguiram salvar vários pacientes com o medicamento.

Naquela unidade de saúde esteve internado por vários dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) o cônsul sírio de Mato Grosso do Sul Kabril Youssef. A família, por outro lado, não soube dizer se o paciente foi tratado com essa substância, deram certeza apenas da combinação entre antibióticos e cloroquina.

POR QUE ANTICOAGULANTE?

Conforme a USP, o vírus prejudica a circulação nos alvéolos pulmonares, levando ao colapso da respiração. O remédio “afina” o sangue, permitindo sua passagem e trazendo melhoras significativas nos quadros clínicos.

Médicos pesquisadores do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e do Instituto do Coração (InCor) elaboraram um protocolo de atendimento de pacientes com Covid-19.

ESTUDO EM LABORATÓRIO

Cientistas resolveram analisar se os anticoagulantes tinham algum impacto direto no novo coronavírus.

Existiam indícios de que a heparina tinha capacidade de prevenir ações virais, informou a agência de notícias da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp). Contudo, os cientistas afirmam que as provas não eram robustas. Agora, essa propriedade foi confirmada nos testes in vitro.

Uma das descobertas feitas pelo grupo ao longo deste período foi que a heparina é um medicamento multialvo, pois além do seu efeito na prevenção da coagulação do sangue pode se ligar a diversas proteínas. Entre elas, fatores de crescimento e citocinas que se ligam a receptores específicos na superfície de células-alvo.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO