Na manhã desta quinta-feira (25), foi realizada a audiência de custódia de dois policiais militares envolvidos em tráfico de drogas em Campo Grande. Os dois, que foram presos provisoriamente ontem (24), permanecerão detidos.
Segundo informações do Fórum, as custódias não derivaram de flagrante delito, logo, nesse caso, o juiz só avalia a regularidade da prisão e manda para a vara competente. Desse modo, não há, ainda, desfecho, até retornar ao juiz que autorizou a prisão preventiva.
Um dos investigados, Thiago de Souza Martins, já era ex-sargento, tendo sido afastado, no último 16 de agosto. Conforme já apurado pelo Correio do Estado, existe um processo tramitando na Auditoria Militar em que ele é acusado de transportar aproximadamente R$ 100 mil em produtos contrabandeados vindos do Paraguai.
Segundo a defesa de Thiago, realizada pelo advogado Gledson Alves de Souza, ele continuará preso, tendo em vista o fato da juíza de plantão na custódia não ter autonomia para revogar a prisão, que foi determinada pelo juiz da auditoria militar.
Desse modo, a defesa vai entrar com o pedido de liberdade provisória direcionado ao juiz da auditoria militar e, em caso de negativa, a defesa deverá impetrar o habeas corpus, direcionado ao Tribunal de Justiça.
Com relação ao outro policial militar que está preso, Alisson José Carvalho de Almeida, nossa equipe encontrou 4 processos contra ele, que já havia sido afastado da PM por envolvimento na Máfia dos Cigarreiros.
Segundo informações da assessoria do Fórum Cível e Criminal de Campo Grande, Alisson também continuará preso.
Saiba
Segundo a Polícia Militar, a operação foi nomeada como “Magna Manu” e está em andamento desde julho deste ano.
Os dois presos foram localizados e encaminhados para a Corregedoria-Geral da PM e posteriormente foram conduzidos para o Presídio Militar Estadual.
Com a investigação em curso, constatou-se, por meio de outras diligências, já com a participação da Corregedoria-Geral da Polícia Militar, indícios de participação de policiais militares na prática dos crimes de peculato e tráfico de drogas.
Como já noticiado pelo Correio do Estado, a investigação constatou a possibilidade dos policiais estarem se apropriando dos entorpecentes, “tomando” a droga para eles próprios realizarem o tráfico, não havendo, portanto, o encaminhamento do material apreendido para as delegacias.
Por isso os enquadramentos “peculato” e “tráfico de drogas”. Os demais fatos são objetos da apuração, que transcorre em segredo de justiça.
Devido a natureza do crime investigado, as diligências estão em continuidade sob sigilo e demais informações serão divulgadas somente ao final das investigações.
FONTE: CORREIO DO ESTADO