Ameaças declaradas e um boletim de ocorrência – registrado à véspera do crime – não impediram que Geni da Costa Reis dos Santos, 56, ficasse marcada como a 33ª vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul neste 2022, conforme dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Vale ressaltar que, ainda faltando três meses para o fim, 2022 segue como o ano com maior número de feminicídios consumados, desde a criação da lei, instituída em 2015.
Servidora do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), nesse caso em específico, Geni havia registrado boletim de ocorrência contra o autor do crime, que aconteceu ainda na noite de sexta-feira (23) em Campo Grande, no Jardim Tarumã.
Palavras da vítima descrevem que, após se recusar a ter relação com Silço, ele teria começado uma discussão, que logo evoluiu para ameaças de morte; da possibilidade de queimar o imóvel e assassinar toda a família da mulher, conforme apuração.
“Você não vai ver seu neto nascer, desta noite não passa, você vai me pagar caro”, aponta o registro policial.
Redes sociais, do responsável pelo crime, apresentavam diversas fotos de Silço Donizete Mendes Barbosa, 55 anos, com a ex-companheira, que foi morta com cerca de sete golpes de faca, um deles na região do pescoço que quase degolou a vítima.
Esse caso aconteceu ainda na notie de sexta-feira (23). Após o crime, Silço, a bordo de um corsa, colidiu de frente com uma carreta, na BR-163.
Além da ex-muher, o responsável pelo 33.º feminicídio de Mato Grosso do Sul também atacou os dois filhos de Geni, Jadson e Tatiana Brum, com 25 e 29 anos respectivamente, sendo que, ela está grávida de 8 meses.
Conforme atualização da Santa Casa, a vítima de facada segue internada na chamada Unidade de Terapia Intensiva (UTI), porém consciente e orientada.
Ainda, o hospital revela que Tatiana respira sem a ajuda de aparelhos, e está medicada, sendo que a gestação – grande preocupação da paciente – também foi classificada como estável.
Canais de denúncia
Em caso de suspeita ou violação dos direitos da mulher, a orientação é procurar uma delegacia de polícia especializada mais próxima ou ligar para 180, 190 ou 193.
O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) possui a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, que presta escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência.
O serviço registra e encaminha as denúncias aos órgão competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios.
Por meio da Central de Atendimento também é possível obter informações sobre os direitos da mulher, como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para cada caso: Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros.
A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas, todos os dias da semana.
São atendidas todas as pessoas que ligam relatando eventos de violência contra a mulher. (Colaborou Glaucea Vaccari).
FONTE: CORREIO DO ESTADO