Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) continuam subindo em todas as regiões do Brasil, aponta novo boletim Infogripe, da Fiocruz, publicado nesta terça-feira (29). As complicações mais graves têm associação com o aumento de casos de Covid-19, especialmente nos adultos e maiores de 60 anos.
Existem duas formas utilizadas pelo Infogripe para medir a tendência de casos de Srag no Brasil. A primeira se baseia nas informações de três semanas anteriores, chamada de curto prazo. Se ocorreu uma média no crescimento de casos nesse período, o indicador apontará tendência de aumento para a semana mais atual.
Outro método de medição é a de longo prazo, em que utiliza-se o mesmo modelo estimativo, mas adotando dados das seis semanas anteriores.
Para os dois casos, a última semana -dos dias 20 a 26 de novembro- apresentou tendência de crescimento nos registros da síndrome respiratória. No caso das estimativas de longo prazo, foram 19 estados e o Distrito Federal que apresentaram sinais de crescimento nos casos de Srag em comparação a dados de semanas anteriores.
O cenário é compatível com o aumento de internações e testes positivos para Covid-19 que essas regiões registram nas últimas três e seis semanas.
Além disso, observando os dados das últimas quatro semanas, 71,3% dos casos da síndrome respiratória têm testes positivos para Covid-19. Como comparação, o vírus influenza A só representa 3,4% dos testes positivos.
Mesmo com o aumento de registros de Srag, nenhuma macrorregião brasileira encontra-se no estágio caracterizado como extremamente alto de incidência da síndrome. Esse nível diz respeito a um cenário de mais de dez casos para cada 100 mil habitantes.
Em contrapartida, com as últimas informações do boletim, observa-se que a maior parte das macrorregiões consideradas pelo levantamento enquadram-se no nível alto -foram 58, no total. Esse nível é um indicativo de que, nessas localidades, é registrado entre 1 e 5 casos da síndrome respiratória para cada 100 mil habitantes.
O crescimento nos casos de Srag e a associação deles com a Covid-19 já vinha sendo apontado nas últimas semanas pelo boletim Infogripe. O cenário pode ter associação com o aumento das infecções relacionadas com a chegada de novas subvariantes no Brasil.
Atualmente, o país ainda não conta com as vacinas bivalentes que utilizam tanto a cepa original do Sars-CoV-2 quanto a ômicron. Esses imunizantes atualizados são indicados por especialistas como um mecanismo importante contra as novas subvariantes do vírus. Além deles, é recomendado o uso de máscara em locais de maior risco, como transporte público.
FONTE: CORREIO DO ESTADO