O atlas divulgado Federação Mundial da Obesidade (World Obesity Federation) na última quinta-feira (29) revelou que, se os índices da doença continuarem aumentando, em 2035 o tratamento da obesidade mundial poderá custar mais de US$ 4 trilhões, quase 3% do produto interno bruto global.
Se comparado com os números de 2020, quando 2,2 bilhões de pessoas tinham obesidade, o crescimento previsto para 2035 é de quase 42% entre os adultos.
Para os mais jovens, com idades entre 5 e 19 anos, a estimativa é que o aumento seja de 39%, totalizando 770 milhões de crianças e adolescentes com a doença.
Ainda a nível global, o levantamento aponta que dentro de 11 anos serão cerca de 3,3 bilhões de adultos com sobrepeso ou obesidade.
A projeção conclui ainda que todos os 186 países analisados estão sendo afetados pelo sobrepeso e obesidade. Os maiores números da última década se concentram nos países com menores rendas.
Essas nacionalidades, segundo o levantamento, enfrentam dois problemas, a sobrenutrição e a desnutrição.
Um dos efeitos do sobrepeso e da obesidade, principalmente nas nações mais pobres, é a maior vulnerabilidade desses locais em termos de saúde e no combate a crises econômicas, sociais e até climáticas.
“Muitas vezes pessoas menos capazes de arcar com as consequências serão as que enfrentarão o maior impacto financeiro do aumento e prevalência da obesidade”, diz o estudo.
Sem uma intervenção com políticas públicas que melhorem o padrão dos alimentos ofertados, com produtos de qualidade por um preço acessível, a tendência é que mais pessoas adoeçam em decorrência de problemas causados pela obesidade, explica Bruno Halpern, presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolgia (SBEM).
“Serão mais pessoas com doenças cardiovasculares, com câncer e diabetes, então o impacto no sistema de saúde é gigantesco. Às vezes tem essa ideia de que é muito caro tratar a obesidade, mas se órgãos públicos não intervirem, o custo para a sociedade acaba sendo muito maior”, diz.
A tendência com o aumento de casos de obesidade, segundo a pesquisa, é que o custo para o tratamento da doença crônica fique mais alto, principalmente, para as comunidades mais pobres, sujeitas a perderem renda e trabalho caso precisem cuidar de familiares doentes.
FONTE: CORREIO DO ESTADO