A distribuição dos kits merendas para famílias de alunos da Rede Municipal de Ensino (Reme) teve início na manhã desta segunda-feira (23). A primeira escola foi a Padre Tomaz Girardelli, localizada no bairro Dom Antônio Barbosa, em Campo Grande. Na fila, algumas famílias que buscavam a cesta estão sem emprego por conta do fechamento dos comércios devido a pandemia do Covid-19, o novo coronavírus.
É o caso de Suzana Sobrinha, de 24 anos, que tem três filhos e no momento está sem trabalhar. “Essa cesta veio em muito boa hora porque estou desempregada e não sabia como ia alimentar meus filhos. Recebo o Bolsa Família, mas perdi o cartão e agora com tudo fechado não tem onde ir para pedir outro”.
As três crianças, todos meninos, tem 9, 6 e 5 anos e todos estudam na escola do Dom Antônio. A mãe trabalha à noite, de free lance em uma lanchonete, que fechou as portas por conta do baixo movimento. “Quem estava me ajudando era a minha mãe e minha ex-sogra, porque nem pensão eu estou recebendo. Mas elas também não tem muita condição. Tentei comprar cesta básica parcelada também, mas não tinha dinheiro para dar a entrada”, contou a mãe.
Para receber o benefício da Prefeitura de Campo Grande, os pais devem estar inscritos no programa Bolsa Família. São entregues um kit por criança e só na Tomaz Girardelli seriam distribuídos 998 cestas. De acordo com a diretora da unidade, Clarice Cassol Miranda, trabalham na escola 2,5 mil alunos, mas só os que fazem parte do projeto do governo federal é que serão beneficiados.
“Começamos a distribuição 10h, vai até a noite e se precisar vai até amanhã também. Aqui estão trabalhando hoje funcionários voluntários, que não são do grupo de risco”, contou a diretora. Após a chegada dos kits, os pais foram avisados por telefone.
Os beneficiados devem comparecer ao local munidos de um documento com foto e o cartão do Bolsa Família. As cestas serão distribuídas em todas as escolas da Reme, e os pais ou responsáveis devem se dirigir apenas as instituições onde as crianças estudam, após serem acionados pela direção.
Segundo a funcionária da Solurb Lindinalva Rodrigues, de 34 anos, o kit extra ajudará na alimentação dos filhos. “Com eles em casa gasta muito, pede uma bolacha, um pão. A merenda escolar é muito importante por isso, para deixar eles alimentados”, afirmou.
A mulher contou que trabalha na varrição de ruas e ficará 15 dias em casa, por conta da falta de transporte público. Com seis filhos, apenas um teve direto ao benefício. “Tenho um que estuda na creche e outro está na escola estadual, mas um já ajuda muito”.
Ao todo devem ser entregues cerca de 40 mil kits merenda em Campo Grande. As entregas devem ocorrer durante toda essa semana, segundo cronograma da Secretaria Municipal de Educação (Semed).
Fonte: Daiany Albuquerque – Correio do Estado