Um professor de 48 anos e seu filho, de 6 anos, nigerianos, foram vítimas de racismo e agredidos fisicamente em um supermercado atacadista, nessa quarta-feira (3), em Dourados.
O homem, que é graduado em Bioquímica e doutor em Ciências da Saúde, trabalha como professor visitante na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
De acordo com o boletim de ocorrência, o professor fazia compras com a família no mercado e, em determinado momento, deixou o filho na filha do caixa, cuidando de um carrinho de compras, que imaginava ser o seu, enquanto foi pesar frutas.
Quando voltou a fila, a criança relatou que foi agredida pela mulher que estava em sua frente na fila, que também acusou o menino de roubo.
Ao perguntar a mulher o que havia ocorrido, ela voltou a afirmar que o menino estava roubando seu carrinho e uma discussão iniciou-se.
O esposo da mulher também entrou na briga e ambos chamaram o pai e filho de pretos, em tom ofensivo.
O homem também deu um soco na cara do professor.
Toda a ação foi gravada por câmeras de segurança do atacadista e encaminhadas à polícia.
Além disso, pessoas que estavam no mercado e presenciaram o crime também confirmaram a versão da vítima.
Diante da denúncia, a polícia encontrou o casal no estacionamento do mercado.
Ambos foram encaminhados à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), em seu veículo próprio.
Na delegacia, a mulher disse que não agrediu a criança e alegou que apenas retirou as mãos dele do carrinho.
Ela disse ainda que fez isso pois já teria sido roubada “por esse tipo de gente”, se referindo a pessoas estrangeiras.
Ela e o marido pagaram fiança e foram liberados, mas o caso será investigado.
O caso foi registrado como vias de fato e injúria, se consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor e origem.
FONTE: CORREIO DO ESTADO