As primeiras doações para a campanha eleitoral em Mato Grosso do Sul já começaram a ser feitas. E o destaque vai para duas candidaturas de ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL), como os postulantes ao Senado Luiz Henrique Mandetta (União Brasil) e Tereza Cristina (PP), que conseguiram doações de banqueiros e megaempresários que administram empresas de alcance internacional.
Até agora, todos os candidatos das eleições majoritárias já declararam que pretendem usar R$ 21,6 milhões do Fundo Eleitoral, e R$ 13,7 milhões desta bolada serão destinados às campanhas para o governo de Mato Grosso do Sul.
O número deve aumentar ao longo da semana. Isso porque André Puccinelli (MDB) ainda não informou quanto investirá em sua campanha eleitoral, tampouco informou quanto do Fundo Partidário usará nesta tentativa de ser eleito para o seu terceiro mandato de governador de Mato Grosso do Sul.
Grandes doadores
Nas campanhas para o governo e para o Senado, as doações do Fundo Eleitoral predominam, mas outras doações ganharam destaque na lista de receitas das campanhas de Luiz Henrique Mandetta e Tereza Cristina.
Entre os doadores do ex-ministro da Saúde e candidato a senador está nada menos do que Cândido Botelho Bracher, um dos maiores acionistas do banco Itaú Unibanco e presidente da instituição até o ano passado. Ele contribuiu com R$ 50 mil para a campanha de Mandetta.
Roberto Luiz Leme Klabin, um dos herdeiros da gigante indústria de papel e celulose Klabin S.A., que também integra o conselho da holding, é outro doador de R$ 50 mil para a campanha de Mandetta.
Roberto também é um dos acionistas da Agropecuária Cayman, estância localizada no Pantanal sul-mato-grossense, entre os municípios de Miranda e Aquidauana.
A dermatologista paulistana Raquel Menezes Vieira Machado também contribuiu com R$ 50 mil para a campanha de Mandetta. E o ex-piloto e integrante da organização não governamental Onçafari Mario Haberfeld doou mais R$ 30 mil ao ex-ministro da Saúde.
Do lado da campanha de Tereza Cristina, há outro gigante entre os doadores. Trata-se do presidente da Cosan, Raizen e Comgás, Rubens Ometto Silveira Mello. Ele contribuiu com R$ 100 mil para a campanha da ex-ministra da Agricultura.
Grandes produtores rurais também têm ajudado a ex-ministra. Caso do pecuarista José Jacintho Neto, que contribuiu com R$ 30 mil para a campanha da ex-ministra, enquanto o plantador de algodão Walter Schlatter doou R$ 30 mil para Tereza Cristina. Walter é filho do vice na chapa de Rose Modesto, Alberto Schlatter.
Fundo
As grandes doações não significam que os candidatos não usarão o Fundo Eleitoral. Entre os candidatos ao Senado, Mandetta ainda terá mais R$ 2,85 milhões do Fundão, enquanto Tereza Cristina R$ 1,6 milhão. Ela ainda terá outros R$ 101 mil do Fundo Partidário, dinheiro dos diretórios locais do PP.
Odilon de Oliveira (PSD) terá R$ 2,8 milhões para gastar do Fundão Eleitoral; Tiago Botelho, R$ 500 mil; e Anizio Tochio, R$ 139,4 mil.
Governo
Em relação ao governo, por enquanto, a campanha de Rose Modesto (União Brasil) é a mais rica, com R$ 5,6 milhões para gastar, cujo montante é oriundo do Fundo Eleitoral.
Marquinhos Trad (PSD) declarou ter recebido R$ 4,625 milhões, dos quais R$ 4,6 milhões são do Fundão. Giselle Marques (PT) declarou ter recebido R$ 1,5 milhão do Fundo Eleitoral para gastar nestas eleições.
Já Eduardo Riedel (psdb) declarou ter arrecadado para a sua campanha, até o momento, R$ 2,13 milhões, dos quais R$ 1,8 milhão são do Fundo Eleitoral e R$ 150 mil do bolso do próprio candidato.
Adonis Marcos (Psol) disse que gastará R$ 213 mil. Já Capitão Contar, no nanico PRTB, não tem dinheiro do Fundão para gastar. O jeito foi recorrer a doações. Seu vice, Beto Figueiró, doou R$ 147 mil, e Contar e sua esposa, Iara Diniz, doaram R$ 20 mil cada.
FONTE: CORREIO DO ESTADO