Partido mais “rico” destas eleições, o União Brasil vem dando demonstrações de que a distribuição de todo o dinheiro disponível para a disputa está ocorrendo a conta-gotas.

A lentidão na distribuição dos recursos e a incerteza para o pagamento de fornecedores e cabos eleitorais para algumas candidaturas têm provocado uma rebelião na base de candidatos, além de um clima tenso, até mesmo com suspeita de possíveis irregularidades na distribuição da verba.

Em Mato Grosso do Sul, a executiva estadual do partido prometeu – informalmente – que pretende distribuir mais recursos hoje para os candidatos a deputado federal e estadual que enfrentam dificuldades para financiar suas campanhas.

Até mesmo a candidatura de Rose Modesto ao governo de Mato Grosso do Sul estaria enfrentando dificuldades, apurou o Correio do Estado.

Na semana passada, um candidato a deputado federal, que pediu que seu nome não fosse revelado, ameaçou renunciar a sua candidatura, caso o União Brasil não prometesse mais dinheiro.

Segundo ele, a promessa do partido durante o período da pré-campanha era de que cada candidato teria, no mínimo, R$ 700 mil para gastar na campanha. Não foi bem isso que ocorreu.

Inicialmente, este candidato recebeu aproximadamente R$ 270 mil do Fundo Eleitoral e, na segunda-feira (19), após muita pressão, mais R$ 100 mil. Os recursos, porém, estariam sendo insuficientes.

A presidente estadual do União Brasil e candidata à Presidência da República, senadora Soraya Thronicke, teria prometido mais dinheiro para esta semana ao grupo, com o objetivo de conter a debandada. A expectativa é de que a liberação ocorra hoje.

“Fica um clima tenso, em que há, inclusive, até mesmo chantagem, envolvendo promessas e cobrança por causa da má distribuição de recursos”, afirma uma pessoa que trabalha na campanha parlamentar do União Brasil.

Ciúmes

Há claramente ciúmes entre os candidatos. Por exemplo, a cantora, pastora evangélica e candidata a deputada federal Michela Dutra teve receita de R$ 3,1 milhões, em que R$ 3 milhões são Fundo Eleitoral e R$ 100 mil de Soraya Thronicke.

Michela, contudo, não está entre as favoritas do partido. O ex-secretário Marcelo Miglioli, por exemplo, declarou uma receita de apenas R$ 340 mil, verba oriunda do Fundo Eleitoral.

O mesmo ocorreu com outros candidatos, como Dr. Flávio Renato e Sindoley Moraes.

A justificativa interna é de que Michela entrou na cota feminina e também tem a etnia parda. Mas isso apenas não justificaria.

Giovana Sbaraini recebeu R$ 180 mil do Fundo Eleitoral. Ela é mulher, mas declarou ser branca. Já Neli, a outra mulher candidata do União, ficou com R$ 250 mil do Fundão Eleitoral.

Rose

No que diz respeito à candidatura de Rose Modesto ao governo de Mato Grosso do Sul, o partido liberou R$ 5.603.473,94 para a candidata, via Fundo Eleitoral.

O que o Correio do Estado apurou, porém, é que os valores já foram quase todos gastos, pois cobrem boa parte das despesas do período de pré-campanha.

Para a reta final, havia o pedido de mais recursos para um “fôlego extra”.

R$ 758 milhões destinados ao União Brasil

Dos R$ 4,9 bilhões do Fundo Eleitoral em todo o Brasil, R$ 758 milhões (15%) vão para o União Brasil e R$ 500 milhões (10%) para o PT – uma soma de mais de R$ 1,2 bilhão para essas duas legendas.

Ainda lideram a lista MDB (R$ 360 milhões), PSD (R$ 343 milhões), PP (R$ 333 milhões) e PSDB (R$ 317 milhões).

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO