Nesta sexta-feira (04), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 2020 revisado, mostrando que o mesmo caiu 3,3%, número que antes registrado por uma queda de 3,9%.
Segundo o instituto, em 2020, a pandemia de COVID-19 impactou a economia mundial. Logo, o PIB caiu 3,3%, após crescer 1,2% em 2019.
O valor adicionado bruto dos serviços caiu 3,7%, puxado pelo consumo das famílias (-4,5%).
Em valores correntes, o PIB foi de R$ 7,6 trilhões e o PIB per capita, de R$ 35.935,74. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais do IBGE.
Cristiano Martins, gerente de bens e serviços de Contas Nacionais do IBGE, destaca que a queda foi muito localizada nos serviços.
“Principalmente nos serviços presenciais, paralisados durante a pandemia, como hotéis, restaurantes, cinema e entretenimento, viagens e os serviços domésticos”, disse.
Revisão
A revisão por parte do IBGE decorreu, principalmente, da incorporação de novos dados sobre os Serviços, que passou de -4,3% para -3,7%, em particular para Outras atividades de serviços (de -12,3% para -9,3%).
A queda da Indústria foi revisada de -3,4% para -3,0%, enquanto o crescimento da Agropecuária foi revisado de 3,8% para 4,2%.
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, aponta que sempre ocorrem revisões dos dados preliminares em relação aos definitivos, com mais fontes de informações.
“Entretanto, em épocas atípicas, como a pandemia de 2020, elas podem ser maiores, fato que ocorreu em todo o mundo”, salienta.
Logo, a queda do PIB resultou de um decréscimo de 3,2% do valor adicionado bruto.
Impacto
Segundo os dados do IBGE, em 2020, sete dos 12 grupos de atividades econômicas recuaram, com destaque para outras atividades de serviços (-9,3%).
Entre outras atividades impactadas pela pandemia estão as de transporte, armazenagem e correios, que caíram 12,7%.
“A queda de outros serviços explica a maior parte da queda da economia. Dentro dessa atividade, destacam-se as quedas em serviços de alimentação (-27,0%), serviços de alojamento (-27,0%), atividades artísticas (-25,5%) e serviços domésticos (-23,3%)”, explica o gerente Cristiano Martins.
Destaca-se ainda as quedas em indústrias de transformação (-4,7%) e administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-4,5%) e construção (-2,1%), que voltou a cair após apresentar em 2019 o primeiro resultado positivo (1,9%) desde 2014.
As atividades saúde pública (-14,8%) e saúde privada (-7,2%) também caíram.
Por outro lado, a atividade de fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos cresceu 4,2%, não sendo suficiente para elevar o PIB.
“Apesar do aumento nos serviços médicos voltados para a pandemia, os tratamentos oncológicos, cirurgias e outros procedimentos eletivos pararam, o que fez a atividade cair”, comenta Martins.
As despesas de consumo das famílias também tiveram forte impacto. Conforme levantado pelo IBGE, o tal consumo, que representa 61,8% do PIB, caiu 4,5%.
FONTE: CORREIO DO ESTADO