Era julho de 2017, cinco anos e quatro meses atrás, quando Sebastião Mauro Fenerich, engenheiro agrônomo, então com 69 anos de idade, foi brutalmente assassinado em Campo Grande.
Ele levou um soco no rosto, caiu no chão e teve o corpo queimado no próprio carro. Pelas investigações não pode ficar, ao certo, sabendo, se ele foi, ou não, queimado vivo.
Rui Gerson Brandini, 62, que seria “amigo” do engenheiro, foi à polícia, à época, e confessou o crime. Disse que ele e a vítima tinham ido, juntos, num bairro de Campo Grande cobrar uma dívida contraída por meio de agiotagem. O engenheiro seria o emprestador do dinheiro, atividade tida como ilegal.
A dupla não teria achado o devedor, apenas a mulher do tal inadimplente com o agiota. A partir daí, segundo versão de Gaúcho dada à polícia, os dois se desentenderam.
Gaúcho, então, deu um soco no rosto do engenheiro, que caiu no chão e desmaiou. Daí em diante, ainda segundo versão do condenado, ele pôs o suposto agiota no carro e circulou pela cidade.
Chamou, depois, um colega, depois identificado como José Roberto da Luz Fabrício, 45, que foi ao encontrou levando consigo um galão de gasolina. Em seguida, Gaúcho jogou o combustível no carro com o corpo dentro e acendeu o fogo.
Por decisão da juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal, Gaúcho foi sentenciado a cinco anos e dez meses de reclusão, pena a ser cumprida em semiaberto e, ainda, a um ano e seis meses de detenção no aberto.
Já Luz Fabrício, o comparsa de Gaúcho, foi condenado pela magistrada a um ano e seis meses de reclusão e a um ano e seis meses de detenção em regime aberto. Como eram réus primários, os dois ainda podem recorrer em liberdade.
Detalhe: embora a crueldade do crime, a confissão, os dois não ficaram nem um sequer dia encarcerados.
Durante a investigação, a polícia foi à casa do engenheiro e, lá, achou folhas de cheques pré-datados, indício da agiotagem. Havia, entre os papeis, inclusive, cheques de deputado estadual. Antes de os investigadores aparecerem na casa da vítima, outras pessoas foram também lá, já que a cena vista indicava que a papelada estava toda revirada.
FONTE: CORREIO DO ESTADO