O Republicanos decidiu nesta terça-feira (22) apoiar a reeleição do deputado Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara.

Com o anúncio, o partido é o primeiro a declarar publicamente a preferência pelo deputado alagoano na eleição ao principal cargo da Câmara, prevista para fevereiro de 2023.

Após reunião da bancada, a legenda divulgou nota afirmando ter decidido, “por unanimidade, atuar na próxima legislatura de forma independente no Congresso Nacional, sem se negar ao diálogo e à colaboração”. “O partido seguirá mantendo o apoio às propostas que sejam positivas para a população brasileira”, continua o texto.

A sigla, que integra a base de apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), também fez uma sinalização ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao se posicionar como “independente” na próxima legislatura -evitando manifestar oposição ao petista.

A bancada do União Brasil deve se reunir nesta quarta-feira (23) para discutir sua posição na Câmara em 2023. A tendência é que o partido anuncie apoio à reeleição de Lira, ampliando a base de apoio ao progressista.

Já o PDT prepara um anúncio de apoio a Lira para 6 de dezembro, quando a Executiva do partido se reunirá com a nova bancada pedetista.

O líder do PDT na Câmara, deputado André Figueiredo, afirmou à reportagem que conversou com os parlamentares do partido e há um indicativo de apoio do partido à reeleição de Lira.

“Nós fizemos uma consulta à bancada dos deputados que assumirão a partir de fevereiro e o entendimento, também com o [presidente do partido] Carlos Lupi, é que vamos chamar uma reunião da Executiva com a bancada para 6 de dezembro, para oficializarmos o apoio [à reeleição]”, disse.

Arthur Lira tem se movimentado nos bastidores para tentar se reeleger à presidência da Câmara. A avaliação da cúpula da Casa é que o deputado alagoano é o único concorrente de peso no momento e tem a vitória encaminhada.

Para viabilizar a reeleição, o presidente da Câmara tem negociado apoio de partidos próximos ao PP, como PL, Republicanos, MDB e União Brasil.

Duas semanas após o segundo turno da eleição e em meio às articulações, Lira recebeu Lula na residência oficial da presidência da Câmara.

Participaram do encontro o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e lideranças petistas, como Gleisi Hoffmann e Reginaldo Veras.

No encontro, Lula defendeu o diálogo com o centrão e prometeu não interferir nos processos de escolha dos novos presidentes do Congresso. A manifestação foi entendida como um aceno à reeleição de Lira no comando da Câmara.

Em troca, há uma expectativa de petistas que Lira trabalhe pela aprovação da PEC da Transição, medida essencial para que Lula acomode no Orçamento verbas para cumprir em 2023 algumas de suas principais promessas de campanha.

Em um segundo momento, afirmam petistas ouvidos pela reportagem, a ideia é que haja uma aliança formal entre Lira e Lula, o que daria ao presidente eleito parte do centrão e uma base muito mais sólida na Câmara do que se contasse apenas com a esquerda e com partidos de centro e de direita hoje independentes, como PSD e MDB.

De acordo com aliados de Lula, o presidente da Câmara se mostrou bastante receptivo à ideia de manter um entendimento com o PT, em troca do apoio ou da não interferência em sua campanha à reeleição -apesar do histórico de divergências durante a campanha.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO