Com mandato desde 1971 – ainda Mato Grosso uno – e reeleito para o 13º mandato na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), o deputado estadual Londres Machado (PP) ganhou ainda mais força nos últimos dias para assumir a presidência da Casa de Leis na próxima legislatura, que começa no dia 1º de fevereiro de 2023.

Fontes próximas do experiente parlamentar ouvidas pela reportagem do Correio do Estado revelaram que ele estaria “cansado de guerra” e teria até afirmado que não tem mais nenhum interesse de ocupar novamente a presidência.

No entanto, como os outros postulantes ao cargo não pretendem abrir mão da disputa, cabe a Londres Machado atuar como apaziguador de ânimos.

Para a maioria dos deputados estaduais reeleitos, a escolha pelo nome do China, como Londres Machado é mais conhecido pela velha guarda da política sul-mato-grossense, seria a solução salomônica para pôr fim na disputa, afinal, Zé Teixeira (PSDB), Mara Caseiro (PSDB) e Gerson Claro (PP) não teriam coragem de refutar a escolha.

Além disso, também é consenso entre os parlamentares que nenhum dos outros três nomes teriam a “estatura” e, muito menos, o “lastro” necessários para competir com Londres Machado.

Dessa forma, conforme essas mesmas fontes, com a pacificação do nome para a presidência da Casa de Leis, a briga passa a ser pela primeira-secretaria, que, na prática, é o segundo cargo mais importante da Mesa Diretora.

Outro fator que corrobora a definição do nome de Londres Machado para o cargo é o fato de o experiente deputado estadual ser do PP, partido que em Mato Grosso do Sul é presidido pela senadora eleita Tereza Cristina, personagem principal na campanha política que elegeu Eduardo Riedel (PSDB) para governador no pleito deste ano.

Na avaliação do atual presidente da Alems, deputado estadual reeleito Paulo Corrêa (PSDB), o China não teria interesse de concorrer à presidência e, em conversa pelo WhatsApp com a reportagem, negou que o nome de Londres Machado teria sido escolhido para apaziguar a disputa.

A reportagem entrou em contato com Londres Machado, mas ele não retornou até o fechamento desta edição.

Novo alvo

Com o suposto consenso em torno do nome de Londres Machado para presidir a Casa de Leis em 2023, agora as atenções estarão voltadas para quem ficará com a primeira-secretaria da Assembleia Legislativa.

Dos postulantes, dois que poderiam ter interesse no cargo – Zé Teixeira e Gerson Claro – estão praticamente inviabilizados, pois o primeiro é atual primeiro-secretário e não deve permanecer, enquanto o segundo, por também ser do PP, dificilmente será o escolhido, pois o partido assumiria os dois cargos mais importantes.

Dessa forma, o favoritismo passa para os tucanos Paulo Corrêa, Mara Caseiro e Jamilson Name e para Lidio Lopes (Patriota).

Nos bastidores, o boato é de que Paulo Corrêa deseja ocupar a primeira-secretaria, mas terá a concorrência interna de Mara Caseiro, que seria a primeira mulher a ocupar o cargo, e de Jamilson Name, que já recebeu aval do presidente estadual do PSDB, governador Reinaldo Azambuja, para tentar viabilizar o próprio nome.

“Conversei com o governador Reinaldo Azambuja para comunicar o meu interesse em disputar a primeira-secretaria da Assembleia Legislativa, e não houve nenhum impedimento por parte dele. Agora vou buscar viabilizar o meu nome dentro do PSDB”, informou Jamilson Name.

No entanto, correndo por fora e com boas chances, aparece o nome de Lidio Lopes, que tem o apoio da esposa e prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota), e espera receber o apoio do governador eleito Eduardo Riedel em troca do apoio dado no 2º turno da eleição.

A sorte está lançada e, caso não se tenha nenhuma novidade nos próximos dias, o novo presidente e o primeiro-secretário serão definidos no dia 1º de fevereiro de 2023.

Nessa data, os 24 parlamentares devem se reunir para a solenidade de posse e a eleição da Mesa Diretora, que será feita por votação nominal e aberta e cujo vencedor cumprirá mandato de dois anos, com possibilidade de reeleição.

 

FONTE; CORREIO DO ESTADO