Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (11), a delegada titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), Anne Karine Sanches Trevizan Duarte, revela não restar dúvidas de que professor de inglês da rede municipal de Campo Grande, de 36 anos, cometeu crime, sendo indiciado por estupro de vulnerável.

Segundo as informações, o professor lecionava inglês na Escola Municipla Alcides Pimentel, localizada na Vila Carvalho, desde o começo do ano letivo de 2022.

Conforme já noticiado pelo Correio do Estado, ainda ontem (10), o professor foi preso preventivamente.

Ele trabalhou com as crianças que tinham entre 4 e 11 anos, as quais estudavam nas turmas do nível pré-escolar até o 5º ano do Ensino Fundamental.

A investigação começou no dia 16 de novembro, quando houve a primeira denúncia, na qual a criança compareceu na delegacia acompanhada dos pais.

Imediatamente, o professor já foi afastado para o andamento da investigação e logo novos casos começaram a aparecer.

Ao todo, foram 16 Boletins de Ocorrência registrados. Deste, 14 foram confirmados e outros dois ainda estão em investigação. Todas as crianças que foram vítimas são do sexo masculino.

Conforme detalhes apurados pela polícia, o homem cometia o crime na sala de aula, na frente das outras crianças, ao passar a mão em regiões íntimas das vítimas, enquanto elas estavam atrás da mesa dele.

“O interrogatório durou mais de três horas e meia e ele negou todos os fatos. Ele disse que ele não abusava das crianças. Ele confirmou que conhecia todas elas e que ele lecionava para essas crianças”, disse a delegada.

Mesmo diante da negativa do autor dos crimes, a delegada deixa claro que não há dúvidas quanto às práticas criminosas.

Para manter a proximidade com as crianças, ele dava presentes e passava internet para elas.

“Nós tivemos a narrativa de alguns professores que viram ele dando beijo em algumas crianças, e ele alega que é porque ele tinha uma relação muito próxima, eram pequenos e as crianças eram amorosas com ele e ele retribuía dessa forma”, explicou a delegada.

A delegada relata que a descoberta começou com mães em grupos de WhatsApp da própria escola, que começaram a divulgar para outras mães e perguntar aos filhos, com algumas concluindo que realmente eles também estavam sendo abusados.

Alerta aos pais

Conforme mais detalhes da investigação, ele não ameaçava as crianças e a maior parte dos abusos aconteciam com os pequenos mesmo, que são aqueles que têm mais dificuldade pra conta ou entender o que está acontecendo e contar pros seus responsáveis.

“É importante o diálogo, orientar as crianças sobre onde elas podem ser tocadas ou não. A gente sabe que a maior parte dos abusos sexuais acontecem dentro das casas”, explicou.

É necessário que ao menor sinal de violência sexual as crianças sejam capazes de reconhecer que há algo errado e que tenham a confiança de contar sobre o ocorrido.

Saiba mais

Conforme prescrito no artigo 217-A do Código Penal, o crime de estupro de vulnerável se caracteriza em:

Art. 217-A Ter conjunção carnal ou praticar ato libidinoso com menor de 14 anos e acarreta em pena de reclusão de 8 a 15 anos, podendo se estender até a 30 anos conforme a gravidade do crime.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO