Na próxima semana, os seis deputados estaduais eleitos e reeleitos do PSDB terão uma reunião com o ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual da sigla, e o governador Eduardo Riedel, para definir os nomes da legenda para disputar a presidência e a primeira-secretaria da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) na próxima legislatura, que terá eleição no dia 1º de fevereiro.

A princípio, os parlamentares do partido que têm interesse nos dois cargos são Mara Caseiro (presidência), Jamilson Name (primeira-secretaria) e Paulo Corrêa (primeira-secretaria), enquanto os outros três – Lia Nogueira, João César Mattogrosso (suplente de Pedro Caravina, que assumiu a Secretaria de Estado de Governo – Segov) e Zé Teixeira, que chegou a demonstrar interesse em concorrer à presidência – não são candidatos.

Segundo informou a deputada estadual reeleita Mara Casa ao Correio do Estado na tarde de ontem, o pedido de reunião foi feito por ela ao presidente estadual do PSDB, que ficou de agendar o encontro no decorrer da próxima semana.

“Pedi ao ex-governador Reinaldo Azambuja esse encontro entre os seis deputados estaduais do PSDB, para que possamos discutir internamente sobre quem serão os representantes do partido na disputa pela Mesa Diretora.

Após essa reunião interna, acredito que faremos uma outra entre todos os 24 deputados estaduais e o governador Eduardo Riedel”, explicou.

A parlamentar defende que primeiro seja resolvido tudo dentro da legenda, que terá a maior bancada na nova legislatura, para só depois promover um encontro mais amplo com todos os 24 parlamentares.

“Seria muito representativo e importante que, no ano em que completa 45 anos, a Assembleia Legislativa possa eleger uma mulher para a presidência da Casa de Leis. Me sinto muito preparada para assumir, pois já fui vereadora, presidente da Câmara Municipal e prefeita. Além disso, também já comandei a Fundação de Cultura e vou assumir o meu quarto mandato de deputada estadual”, reforçou.

Nome forte

No entanto, Mara Caseiro terá como adversário o deputado estadual reeleito Gerson Claro (PP), que é apontado como favorito ao cargo de presidente da Alems por ter os apoios do decano deputado estadual reeleito Londres Machado (PP) e da senadora eleita Tereza Cristina (PP), presidente estadual do partido.

Os dois, inclusive, já se reuniram com o governador Eduardo Riedel para fechar consenso sobre a eleição de Gerson Claro para a presidência da Alems.

“Sentamos com o Riedel para falar sobre a nossa escolha para a presidência da Assembleia Legislativa. Ter um partido dialogando com consenso mostra como o Progressistas está forte e unido para trabalhar por Mato Grosso do Sul”, declarou Tereza Cristina no fim do ano passado, deixando claro que esperava o apoio do governador na formação de uma chapa de consenso para a Mesa Diretora da Alems, tendo Gerson Claro como o escolhido para o cargo de presidente.

Nessa mesma reunião, Londres Machado reforçou que o consenso em torno do nome de Gerson Claro demonstra a forte união do partido ao reivindicar a presidência da Casa.

“Abro mão de disputar o posto de presidente do Legislativo estadual para que Gerson seja o nome a ser defendido pelo Progressistas”, disse.

Eduardo Riedel reforçou que essa escolha passa pelos 24 deputados estaduais, mas sabe que o PP terá papel fundamental na condução da próxima presidência da Alems.

Briga no ninho

Enquanto Mara Caseiro tem como concorrente Gerson Claro na disputa pela presidência da Alems, Jamilson Name e Paulo Corrêa travam um debate interno no PSDB pela primeira-secretaria da Assembleia Legislativa.

Na reunião da próxima semana, é esperado que um deles abra mão de concorrer ao cargo, mas, caso isso não aconteça, caberá ao ex-governador Reinaldo Azambuja e ao governador Eduardo Riedel solucionarem o impasse, atuando como mediadores para pôr um fim ao conflito.

Segundo fontes ouvidas pelo Correio do Estado, no caso da presidência da Casa de Leis, espera-se que nessa reunião a deputada Mara Caseiro recue para que seja confirmado o nome de Gerson Claro, enquanto para a primeira-secretaria Jamilson Name e Paulo Corrêa estariam irredutíveis, tornando a decisão um “abacaxi” para o ex e o atual governador descascarem da melhor forma possível, evitando racha dentro do PSDB.

Em conversa com o Correio do Estado também na tarde de ontem, Jamilson Name reforçou que não vai abrir mão de ser o primeiro-secretário da Casa de Leis.

“A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa precisa de renovação e, por isso, quero ser o próximo primeiro-secretário. Acredito que os meus pares do partido e tanto o ex-governador Reinaldo Azambuja quanto o governador Eduardo Riedel devem abraçar esse entendimento”, projetou.

A reportagem procurou o deputado estadual Paulo Corrêa, por telefone, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

Nos bastidores, estão dizendo que o nome de Paulo Corrêa conta com o apoio do governador Eduardo Riedel, o que lhe daria uma certa vantagem sobre Jamilson Name.

“Não acredito nessa hipótese, o Riedel já avisou que não pretende se meter na eleição da Mesa Diretora. Além disso, é bom lembrar que o ex-governador André Puccinelli [MDB] liderava as pesquisas para voltar ao cargo e nem no segundo turno ele conseguiu chegar”, comparou, lembrando que em política muitos dormem vitoriosos e acordam derrotados.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO