Nesta quarta-feira (8) foram apresentadas na Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar) as investigações sobre uma apreensão de cogumelos que estavam sendo cultivados por dois homens de maneira clandestina no bairro Tiradentes,em Campo Grande. Além disso, as investigações apontaram que os homens comercializavam os entorpecentes in natura e em cápsulas via Correios.

Os delegados responsáveis pelo caso, Hoffman D’Ávila Cândido e Sousa e Bruno Santacatharina Carvalho de Lima, explicaram que o caso já estava sob investigação desde 2021, porém, segundo a polícia, não haviam provas de que o material era ilícito, e que o principal responsável seguia respondendo em liberdade desde então.

“Como ele percebeu que não tinha sofrido as consequências imediatas na esfera criminal, ele continuou exatamente no mesmo lugar, produzindo as mesmas substâncias, aplicando a mesma técnica e vendendo da mesma forma para todo o Brasil. No inquérito policial de 2021 saiu o laudo posterior, confirmando que tem o princípio ativo que se trata de entorpecente”, disse delegado.

Desta vez, os agentes conseguiram realizar a prisão do principal acusado e seu ajudante por meio de denúncias anônimas, além de constatarem que os cogumelos comercializados possuíam psilocina ( um composto pró-fármaco psicodélico de ocorrência natural produzido por mais de 200 espécies de fungos). Já detidos, os jovens de 24 e 19 anos serão indiciados por tráfico de drogas e associação ao tráfico de drogas.

Desdobramento

Para além da comercialização, os policiais descobriram que os dois homens ofereciam cursos pela internet, ensinando como cultivar e comercializar os cogumelos, com os pagamentos realizados por meio de transações bancárias, cartões de crédito e pix. Em meio às diligências, o jovem de 19 anos, alegou que era apenas um auxiliar do mais velho, que também residia no local. Aos policiais ele disse que recebia pouco mais de R$ 1 mil pelos serviços.

“Tinham cerca de quatrocentos alunos mais ou menos pelo Brasil. Em um site ensinavam a fazer, mas nós aprendemos todos os instrumentos utilizados na prática delitiva, tais como, computador, vários aparelhos celulares, além de um laboratório, tinham bastante instrumentos tecnológicos utilizados na atividade. Os maiores detalhes a respeito de eventuais clientes, enfim, serão melhor detalhados ao longo do inquérito policial”, detalhou.

Os delegados responsáveis também constataram a alta lucratividade das atividades ilícitas, devido a comercialização pelo país.

“Na situação flagrancial foi apreendido todo material e ele foi preso e está sendo autuado em flagrante. Ele ganhava bastante dinheiro a porção que ele comercializava chegava a 100 reais e produzia semanalmente uma grande quantidade. Tanto é verdade a questão lucrativa é que nós aprendemos uma quantidade muito grande de cartões de crédito e de comprovantes de depósito”.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO