A senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS) é a única do Estado que irá presidir uma das 14 comissões do Senado, conforme ficou acertado nesta quarta-feira (8).

A instalação das comissões ocorreu após acordo entre os partidos que apoiaram o presidente da casa, Rodrigo Pacheco, ou entregaram a maioria dos votos: PSD, MDB, PT, União Brasil, PDT, PSB e Podemos.

A sul-mato-grossense volta a presidir a comissão depois de ter comandado a mesma divisão no período 2019-2020. Curiosamente, a comissão é um dos cargos que, em caso de vitória de Rogério Marinho (PP-RN), poderia ser ocupada por outra sul-mato-grossense: Tereza Cristina (PP-MS).

Tereza, que no governo de Jair Bolsonaro foi ministra da Agricultura, ficou sem presidir nenhuma comissão.

O mesmo ocorre com Nelsinho Trad (PSD-MS), dissidente da maioria de seu partido, que votou contra seu correligionário, Pacheco, apoiando Rogério Marinho. O sul-mato-grossense, que já foi presidente da Comissão de Relação Exteriores e líder do PSD, não presidirá nenhuma das 14 comissões.

Divisão

Derrotados na disputa entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o ex-ministro Rogério Marinho (PL-RN), os partidos de oposição acabaram sem nenhuma das 14 comissões do Senado.

Mesmo com a segunda maior bancada da Casa, o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e do filho mais velho dele, senador Flávio Bolsonaro (RJ), não conseguiu a presidência de nenhuma das comissões.

O mesmo aconteceu com o PP e o Republicanos, partidos que apoiaram Marinho nas eleições ocorridas em 1º de fevereiro. Juntos, PL, PP e Republicanos abrigam oito ex-integrantes do governo Bolsonaro, além de Flávio.

Senadores dos dois blocos governistas afirmam que o grupo de Marinho fez uma campanha desleal contra Pacheco e assumiu o risco de ficar sem a presidência das comissões permanentes quando levou a candidatura adiante.

Durante a disputa, aliados do ex-ministro lotaram a caixa de e-mail dos senadores, ligaram para os gabinetes, mandaram mensagens e comentaram em publicações na Internet associando Pacheco ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Parlamentares aliados a Pacheco dizem ainda que uma única comissão nas mãos da oposição é capaz de gerar desgastes para o governo -e que os ministros de Lula já devem enfrentar obstáculos na Câmara dos Deputados.

CCJ

Alvo de reclamação dos colegas, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), ex-presidente do Senado, continuou na presidência da Comissão de Constituição e Justiça -a mais importante do Senado- por mais dois anos.

O também ex-presidente do Senado Renan Calheiros (MDB-AL) venceu o embate contra a bancada do PT e foi indicado para a presidência da Comissão de Relações Exteriores -que era cobiçada pelo petista Humberto Costa (PT-PE).

Já o nome de Vanderlan Cardoso (PSD-GO) foi confirmado para a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos, considerada a segunda mais relevante -um dos primeiros atos da comissão deve ser convidar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

O PT irá comandar duas comissões: Assuntos Sociais, com Humberto Costa (PE), e Direitos Humanos, com Paulo Paim (RS). O MDB fica com três: Desenvolvimento Regional e Turismo, com Marcelo Castro (PI); Relações Exteriores, com Renan Calheiros (AL), e Infraestrutura, com Confúcio Moura (RO).

O PSD também está à frente de três: Assuntos Econômicos, com Vanderlan Cardoso (GO); Segurança Pública, com Sergio Petecão (AC), e Transparência, com Omar Aziz (AM).

O Podemos fica com Ciência, Tecnologia e Inovação, presidida por Carlos Viana (MG). A Rede com a Educação, comandada por Flávio Arns (PR). E o PDT presidirá a Comissão de Meio Ambiente, com Leila Barros (DF).

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO