Um dia depois de divulgado que o ex-presidente do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), o desembargador Carlos Eduardo Contar, havia declarado suspeito e pedir para não mais ser o relator dos processos acerca da Omertà, operação policial que investiga há dois anos uma milícia armada, grupo de extermínio, espécie de poder paralelo que agiria em Campo Grande e Ponta Porã, região de fronteira com o Paraguai, por meio do Diário da Justiça, edição desta quarta-feira (15) anunciou que o desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques deve assumir o lugar de Carlos Eduardo. Resta, apenas, a corte legitimar a troca.

Contar não revelou a razão por considerá-lo suspeito. Na regra do judiciário brasileiro, um magistrado pode alegar suspeição por motivo de foro íntimo, sem que para isso seja necessário declarar suas razões.

‘’Ao aprofundar na análise do presente feito, tomar conhecimento acerca dos fatos em apuração e melhor refletir sobre o cabimento de qualquer manifestação tenho que, por razões de foro íntimo, aplicar analogicamente o art. 145, § 1º, do Código de Processo Civil, declarando-me suspeito para atuar no feito’’, foi o que declarou Contar.

A OPERAÇÃO

O ex-presidente do TJ-MS, Carlos Eduardo, com a suspeição deixa de atuar nos processos que envolvem delegado da Polícia Civil supostamente ligado a crime de corrupção, ex-guarda civil suspeito em agir em crime de pistolagem e também com o ex-dono do jogo do bicho, Jamil Name, que morreu em junho de 2021, vítima da Covid.
A operação investigou ainda um plano da quadrilha em questão articulado para matar um delegado de Polícia Civil e um promotor de Justiça no judiciário de MS desde 1989.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO