Na tarde desta segunda-feira (20), a Delegacia de Polícia de Ribas do Rio Pardo, município localizado a aproximadamente 97 quilômetros da Capital, prendeu em flagrante o autor das facadas que mataram Daniele Alves Veloso, de 28 anos, no último domingo (19).

Em nota, a Polícia informou que “os procedimentos cabíveis estão sendo realizados neste momento e, após a sua finalização, será remetido ao Poder Judiciário”.

O crime aconteceu em Ribas do Rio Pardo, por volta de 12h30 do último domingo. Segundo informações fornecidas pela assessoria de imprensa da Polícia Civil, o ex-marido de Daniele, que não teve o nome divulgado, desferiu seis golpes de faca contra a vítima.

O Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Civil e perícia foram acionados no local. A vítima chegou a ser socorrida e levada até o hospital em estado grave, mas não resistiu e morreu.

O autor fugiu do local, com uma filha do relacionamento, que tem 2 anos. Antes mesmo dele ser preso, a criança foi resgatada pela polícia na casa do assassino e entregue para a família materna.

De acordo com o site Rio Pardo News, a mulher deixa outros três filhos, além da pequena de dois anos, fruto do relacionamento com o criminoso.

O feminicídio ocorreu na rua Valdemar Francisco da Silva, Vila Jabour. A Delegacia de Ribas do Rio Pardo segue investigando o caso. A ocorrência está em segredo de justiça.

NÚMEROS

Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) apontam que seis mulheres foram vítimas de feminicídio, entre 1º de janeiro e 20 de março de 2023, em Mato Grosso do Sul.

A última mulher assassinada foi a servidora pública municipal, Albynna Freitas, de 49 anos. Ela foi esfaqueada pelo ex-marido, Jair Paulino da Silva, de 52 anos, enquanto caminhava em direção ao trabalho.

O crime aconteceu no bairro Nova Lima, em 28 de fevereiro deste ano. Segundo testemunhas, fazia pouco tempo que o casal havia terminado, e Jair já estaria perseguindo a vítima há alguns dias, para tentar reatar o relacionamento.

Albynna Freitas foi socorrida em estado grave e encaminhada à Santa Casa de Campo Grande. Segundo o hospital, a vítima veio a óbito por volta das 13h30, após uma parada cardiorrespiratória.

A primeira vítima de feminicídio de 2023 foi Claudineia Brito da Silva, de 49 anos. Ela foi morta a facadas pelo marido, de 41 anos.

O suspeito alegou que discutiu com a vítima e ela deu um tapa em seu rosto. Ele revidou e desferiu golpes de faca no pescoço dela. O crime ocorreu em 13 de janeiro, no bairro São Francisco, em Campo Grande.

CASA DA MULHER BRASILEIRA

Em 8 anos de funcionamento, a instituição acolheu 108.248 mulheres e realizou 917.585 atendimentos, entre encaminhamentos e retornos.

O local oferece acolhimento de mulheres e filhos, triagem, serviço de saúde, hospedagem temporária, apoio psicossocial, delegacia, juizado, Ministério Público, Defensoria Pública, promoção de autonomia econômica, atenção com os filhos da mulher como brinquedoteca, alojamento de passagem e central de transportes.

Órgãos do governo do Estado e prefeitura estão vinculados a Casa da Mulher Brasileira, como Secretaria Municipal de Saúde (SESAU), Secretaria de Assistência Social (SAS), Centro de Referência da Saúde da Mulher (CEAM), Casa Abrigo, Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), Polícia Militar (PMMS), Polícia Civil (PCMS), entre outros.

De acordo com a subsecretária de políticas para as mulheres de Campo Grande, Carla Stephanini, para baixar índices de feminicídio, é preciso uma consciência social coletiva, de que não podemos conviver em sociedade com a violência doméstica.

“É importante dizer que, ainda assim, nós sabemos que há uma subnotificação da violência doméstica e familiar e da violência contra as mulheres. Os nossos números são expressivos, são superlativos, sim, mas assim como o nosso compromisso de manter o bom funcionamento da Casa da Mulher Brasileira. Dessa forma promovemos a dignidade das nossas mulheres”, disse a subsecretária em 3 de fevereiro de 2023.

A Casa da Mulher Brasileira está localizada na rua Brasília, Jardim Imá, em Campo Grande, próxima ao Aeroporto Internacional da Capital.

O local funciona 24 horas, inclusive em finais de semana e feriados. O telefone para contato é o (67) 2020-1300.

Em caso de violência contra mulher, é preciso ligar nos números 190, 180 ou 153. O sinal “X” da cor vermelha, escrita na mão, significa que a vítima quer alertar que sofre violência doméstica, portanto, a população deve ficar atenta.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO