Depois do breve recesso que tirou para viajar com a família e recarregar as baterias, o ex-governador e presidente estadual do PSDB, Reinaldo Azambuja, reapareceu na manhã de segunda-feira no cenário político de Mato Grosso do Sul e demonstrou estar com muita “sede” para beber na fonte de água cristalina que se vislumbra para o partido nas eleições municipais de 2024.
Em menos de 24 horas, o principal cacique tucano no Estado alinhou a reaproximação do PSDB com o MDB após 15 anos de afastamento, anunciou a filiação de três novos prefeitos ao partido nos próximos dias e mais quatro no início de junho.
“Nos próximos dias, os prefeitos Fábio Florença [de Miranda], Lídio Ledesma [de Iguatemi] e Rogério Torquetti [de Tacuru] devem deixar o PDT, o PP e o Patriota, respectivamente, para se filiarem ao PSDB.
Além disso, no começo de junho, mais quatro prefeitos vão engrossar as nossas fileiras, elevando para 44 o número de prefeitos filiados ao PSDB no Estado”, declarou Reinaldo Azambuja com exclusividade ao Correio do Estado.
O ex-governador ainda anunciou que em agosto serão realizadas as convenções municipais do PSDB nas cidades do interior e no mês de setembro deverá ocorrer uma grande festa para a convenção municipal da Capital.
CAMPO GRANDE
“Na convenção da Capital, esperamos reforçar que o deputado federal Beto Pereira é o nosso pré-candidato à prefeitura. Ele já está olhando com muita atenção os problemas de Campo Grande que precisam ser corrigidos e deve chegar preparado para a campanha eleitoral do próximo ano”, declarou o presidente estadual do PSDB.
Para ele, Beto Pereira é um bom gestor, sendo um dos melhores prefeitos que Terenos já teve. “Ele tem experiência em fazer gestão pública e de resultados, focando na melhoria da infraestrutura urbana, do transporte coletivo urbano, da saúde pública e fomentar a geração de empregos”, ressaltou, projetando também reforçar a chapa proporcional na Capital para eleger mais vereadores.
No entanto, Reinaldo Azambuja declarou que o PSDB não quer ser um partido isolado e, por isso, vai procurar dialogar com todos os partidos aliados, citando PP, PSB, Republicanos e MDB, buscando uma ampla aliança onde for possível.
“Na política, temos de conversar com todo mundo e respeitar as questões locais e, onde der para compor, vamos fazer isso”, garantiu.
Segundo o ex-governador, a população dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul quer política de resultado e de prefeitos que consigam fazer uma boa gestão.
“Estamos promovendo seminários de gestão pública para a formação política dos nossos futuros candidatos a prefeitos e vereadores. Como presidente estadual, olho muito os aliados e vou conversar com todos”, assegurou.
REAPROXIMAÇÃO
Na segunda-feira, Reinaldo Azambuja foi um dos articuladores para a retomada da parceria de longa data na política entre PSDB e MDB.
As lideranças dos dois maiores partidos do Estado selaram, em almoço reservado na casa da ministra de Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, em Campo Grande, uma reaproximação de olho nas próximas eleições municipais de 2024 e, se tudo correr bem, nas eleições gerais de 2026.
Os dois partidos estavam em lados opostos desde as eleições de 2008, ou seja, há 15 anos não caminhavam na mesma direção, por motivos que se perderam no tempo.
No almoço, além da ministra e do esposo dela, o secretário de Estado da Casa Civil, Eduardo Rocha, ambos do MDB, também estavam presentes o governador Eduardo Riedel (PSDB), os ex-governadores Reinaldo Azambuja (PSDB) e André Puccinelli (MDB), o ex-senador Waldemir Moka (MDB) e os deputados estaduais Junior Mochi (MDB), Marcio Fernandes (MDB) e Renato Câmara (MDB).
Ao Correio do Estado, Reinaldo Azambuja disse que a reunião serviu para reaproximar os dois partidos, que em três eleições caminharam em sentidos opostos, mas agora alinharam a retomada da aliança já para 2024.
“Os diretórios estaduais do PSDB e do MDB vão mapear os 79 municípios para identificar os nomes para disputar as prefeituras dessas localidades. Onde o PSDB tiver um candidato mais forte, o MDB vai apoiar, e onde o MDB tiver um candidato mais preparado, o PSDB vai apoiar. É claro que teremos cidades onde não será possível essa aliança, então, cada um terá o próprio candidato”, explicou Reinaldo Azambuja.
Sobre Campo Grande, o presidente estadual do PSDB informou que, a princípio, a discussão sobre a candidatura à prefeitura será mais para frente e pode envolver pesquisas qualitativas e quantitativas para a definição do futuro candidato, ou até mesmo que cada partido lance o próprio candidato.
“O importante é que alinhamos a retomada dessa aliança e vamos fazer o possível para que tudo caminhe dentro do planejado. Já fomos aliados lá no passado e agora chegou o momento de retomarmos mais uma vez essa parceria de sucesso”, afirmou o ex-governador.
MDB
Já o presidente estadual do MDB, deputado estadual Junior Mochi, reforçou que foi uma reunião de reaproximação.
“O Eduardo Rocha nos convidou para o almoço com a ministra Simone, com o governador Eduardo Riedel, com o ex-governador Reinaldo, com o Sérgio de Paula, com o ex-governador André e com o ex-senador Moka para darmos início à construção dessa reaproximação”, detalhou.
Junior Mochi afirmou que ficou combinado que cada diretório fará um mapeamento de nomes nos 79 municípios para definir os prováveis candidatos a prefeito.
“Onde o PSDB for mais forte nós vamos apoiar, onde nós formos mais fortes eles vão caminhar junto. Porém, onde não for possível fazer uma aliança, cada um terá a própria candidatura, mas faremos o que for necessário para evitar isso”, assegurou.
A respeito de Campo Grande, o presidente estadual do MDB disse que não foi definido nada, pois, como os dois partidos têm candidatos fortes, ambos vão deixar essa conversa para mais para frente.
FONTE: CORREIO DO ESTADO