Parlamentares sul-mato-grossenses, quatro no total, integram duas das três Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) instaladas na última quarta-feira (17), na Câmara dos Deputados, visando apurar a manipulação de resultados em partidas de futebol e também o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST).
Único deputado de MS titular em uma das CPIs, Beto Pereira foi escolhido pela liderança do partido para compôr a comissão que apura a manipulação dos destinos de partidas futebolísticas.
Nas cabeças dessa comissão aparecem:
- PRESIDENTE | Julio Arcoverde (PP/PI)
- 1º VICE-PRESIDENTE | André Figueiredo (PDT/CE)
- 2º VICE-PRESIDENTE | Daniel Agrobom (PL/GO)
- 3º VICE-PRESIDENTE | Ricardo Silva (PSD/SP)
- RELATOR | Felipe Carreras (PSB/PE)
Considerado “o maior escândalo do futebol brasileiro”, pelo próprio relator, Felipe Carreras, a CPI teve início com investigações do Ministério Público de Goiás, sobre possíveis manipulações de quatro jogos disputados pela série B.
“Esta é uma pauta fundamental para preservar a integridade do esporte mais popular do país. Agradeço a confiança dos colegas parlamentares e garanto que, na CPI, vamos trabalhar muito para garantir lisura e transparência nas competições esportivas e apontar eventuais falhas em resultados de partidas de futebol”, expôs Beto Pereira.
Vale ressaltar que todas as três CPIs instaladas no mesmo dia (incluindo a que deve apurar fraude financeira na empresa Americanas, que não tem deputados de MS integrando), devem se estender por cerca de quatro meses, podendo ser prorrogada por mais 60 dias, caso necessário e aprovado pela maioria da comissão.
CPI sobre o MST
Presidida por um militar, o deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos/RS), a Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o movimento dos trabalhadores sem terra é a que possui mais representantes de MS, sendo dois parlamentares do PL e uma do PT.
Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira (conhecido como o “gordinho do Bolsonaro”), são os deputados do PL de Mato Grosso do Sul, enquanto Camila Jara será a representante do PT aqui do Estado na CPI sobre o MST.
Ainda, além de Zucco na presidência, na cabeça dessa CPI aparecem:
- 1º VICE-PRESIDENTE | Kim Kataguiri (UNIÃO/SP)
- 2º VICE-PRESIDENTE | Delegado Fabio Costa (PP/AL)
- 3º VICE-PRESIDENTE | Evair Pereira de Melo (PP/ES)
- RELATOR | Ricardo Salles (PL/SP)
“Vamos trazer a limpo muitas coisas as verdades que estão por trás das invasões não só do MST, como de indígenas… estamos trabalhando para identificar os responsáveis pelos crimes de invasões, para que eles sejam punidos pela lei”, argumentou o “gordinho do Bolsonaro”.
Ainda durante a instalação da CPI, a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) destacou que o regimento impede parlamentares de relatar matéria quando há interesses pessoais envolvidos, citando a atribuição de Salles (ex-ministro do Meio Ambiente) como relator.
Segundo ela, os interesses econômicos de Salles estão relacionados à pauta uma vez que há entre seus financiadores usineiros e madeireiros, publicou a Agência Câmara.
“Salles fez campanha (quando candidato a deputado federal em 2018) baseada na criminalização do MST. Na época, ele foi investigado porque dizia abertamente que ia fuzilar os militantes do movimento”, comentou ela.
Enquanto isso, Salles usou o espaço na Câmara para falar que trabalhará “com máximo de abertura para o diálogo”, e quer contar com a ajuda dos que representam “uma visão favorável aos movimentos e à reforma agrária”.
Camila Jara também usou as redes sociais para manifestar suas posições, em relação ao que chama de “verdade revelada” sobre o MST, citando o Movimento como o maior produtor de arroz orgânico da América Latina;
“MST não rouba terras, ele ocupa terras improdutivas para que cumpram sua função social. Isso é garantido pela Constituição Federal de 88, nos artigos 182 e seguintes, bem como pelo Estatuto da Terra (Lei nº4.504/64). Ele não vai ocupar seu sítio, o Movimento ocupa latifúndios improdutivos e, assim, cumpre o compromisso de garantir a função social da terra.”, pontuou.
FONTE: CORREIO DO ESTADO