No dia em que a morte de Sophia Ocampo, de apenas dois anos, completa quatro meses, foi realizada a terceira audiência dentro do processo. Hoje foram ouvidas testemunhas de defesa de Stephanie de Jesus da Silva, mãe da vítima, e de Christian Leitheim, padrasto da menina. Ambos são acusados pela morte dela e estão presos desde o dia 26 de janeiro.

Na semana passada, o depoimento de uma das testemunhas de defesa de Stephanie foi interrompido por uma discussão entre o advogado e o juiz Carlos Alberto Garcete, que conduz as audiências pela 1º Vara do Tribunal do Júri.

Hoje estava previsto que os acusados fossem interrogados e apresentassem suas versões do caso, contudo, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) apresentou um requerimento para que os celulares dos réus seja periciado, já que quando foram apreendidos foi autorizada apenas a quebra de sigilo telefônico do casal.

De acordo com a assistente de acusação, que representa o pai de Sophia, Jean Carlos Ocampo e Igor Andrade, marido de Jean e pai afetivo de Sophia, disse que o MPMS entendeu que a perícia para saber quais os conteúdos estão nos aparelhos é prova primordial para o andamento do processo.

Dessa forma, para não atrasar a tramitação, o juiz pediu urgência para que o procedimento seja concluído, contudo, não foi estabelecido prazo. Assim, também não existe um dia certo para que os réus sejam ouvidos, já que isso vai acontecer somente quando a acusação conseguir juntar mais essa prova ao processo.

Conforme o explicado pela defesa de Christian, a perícia nos aparelhos é um passo muito importante na formulação documental do processo por conter, inclusive, registros do dias que antecederam o crime e também do dia do acontecido, quando Sophia foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) já sem vida.

“A perícia nos celulares foi uma solicitação do Ministério Público porque são muitas fotos, muitos vídeos, muito material importante para a documentação processual”, disse.

De todas as testemunhas, a última foi ouvida por mais tempo, permanecendo na sala de audiência por mais de uma hora. Sobre isso, os advogados explicaram que ele era uma das pessoas que mais tinham convivência com o casal e pode relatar detalhes a respeito da convivência e da rotina na casa onde aconteceu a morte.

ANDAMENTO DO PROCESSO

Esta, provavelmente, foi a última audiência para ouvir as testemunhas de acusação e defesa. Agora, ambas as partes devem aguardar até que o resultado da investigação nos celulares seja concluído para que só então os acusados sejam interrogados.

Após esta etapa, a defesa e a acusação terão um prazo para elaborar e apresentar suas alegações finais, momento em que são juntadas provas e argumentos tanto para culpabilizar ou tentar inocentar os réus. Este trâmite ainda não tem prazo estabelecido.

Por fim, após outras etapas processuais, o caso será levado a julgamento, tudo indica, que irá para júri popular.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO