Aparecida Graciano de Souza, 61 anos, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, durante audiência de custódia realizada na tarde deste domingo (28). Ela foi presa depois de confessar ter matado o marido com veneno de rato e, depois, esquartejá-lo, em Selvíria.
O crime veio à tona na última quinta-feira (25), após parte de um corpo ter sido encontrado dentro de uma mala, às margens da BR-158. Na mala, estava apenas o tronco da vítima, sem os membros inferiores, superiores e cabeça.
A Polícia Civil iniciou investigações e descobriu que se tratava de Antônio Ricardo Cantarim, que estava desaparecido desde o dia 20 de maio.
Com a identificação, policiais foram até a casa do casal, onde vizinhos do casal relataram que os dois tiveram diversas brigas recentes e que Antônio não mexia um dos lados do corpo devido a um AVC, necessitando dos cuidados da esposa.
Inicialmente, Aparecida ela negou ter envolvimento, afirmando que dois homens teriam sequestrado o esposo. No entanto, após algumas contradições em depoimento, confessou o assassinato.
Ela afirmou ter dado veneno de rato para Antônio na manhã do dia 21 de maio, dizendo a ele que era medicação. À noite, ela percebeu que ele tinha morrido.
Ainda segundo a mulher, sem saber o que fazer com o corpo, decidiu esquartejá-lo. O tronco foi colocado em uma mala e jogado na beira da estrada no dia 25 de maio.
Devido ao peso, o restante do corpo foi colocado em sacos e armazenado no freezer na casa de Aparecida. Ela levou os policiais até o local onde estavam cabeça e membros no último sábado (27).
A polícia ressalta que, antes de se desfazer do corpo, os pedaços esquartejados foram armazenados em um freezer na casa de Aparecida.
Ela foi presa em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil e com uso de veneno e ocultação de cadáver, sem direito a fiança.
O delegado Felipe Cagliari representou pela conversão da prisão em flagrante por preventiva, que foi deferida pela juiza Aline Beatriz de Oliveira Lacerda.
“Ainda que a acusada não tenha antecedentes criminais há que se verificar que a manutenção da prisão é essencial para garantia da ordem pública diante da forma violenta da execução do delito” diz a juiza na decisão.
Depoimento
Em depoimento à Polícia Civil, Aparecida disse que vivia com Antônio há cerca de dois anos e que, de uns tempos para cá, ele passou a maltratá-la e humilhá-la.
Após o AVC, ela passou a cuidar dele, mas segundo a mulher, a vítima não valorizava, a ameaça e a acusava de roubá-lo.
Aparecida disse que decidiu comprar veneno de rato em uma loja de produtos agrícolas, deu para o marido dizendo se tratar de remédio para diarreia e passou a verificar, a cada cinco minutos, se ele estava respirando.
Por volta das 19h, notou que ele havia morrido, cobriu o corpo e foi dormir em outro comodo.
No dia seguinte, ela pegou uma faca de cozinha, forrou a cama com um plástico, para evitar que o sangue se espalhasse e cortou o corpo da vítima em várias partes.
Ainda segundo o depoimento, ela procurou nas articulações o melhor lugar para cortar, pois era acostumada a matar porco e sabia como fazer o desmembramento.
Ela deixou as partes do corpo cortadas na cama e só se preocupou em se desfazer delas quando o corpo começou a feder.
Desta forma, ela colocou o tronco na mala e, devido ao peso, separou as demais partes em cinco sacos e colocou no congelador.
Para deixar a mala às margens da rodovia, ela chamou dois rapazes conhecidos para colocarem a mala dentro do carro, dizendo se tratar de retalhos de tecido, e depois foi sozinha até o local onde jogou.
Apenas na última quinta-feira (25), mais de um mês após o crime, ela decidiu se desfazer do restante do corpo, que estava armazenado no freezer. Os cinco sacos foram jogados em um barranco na beira da estrada, local ao qual ela levou os investigadores posteriormente.
FONTE: CORREIO DO ESTADO