A Operação “Abra-te Sésamo”, deflagrada na 3ª feira (6.jun.23), tinha o objetivo inicial prender 46 suspeitos no complexo de condomínios ocupados, no Bairro Mata do Jacinto, em Campo Grande (MS). O conjunto habitacional é conhecido popularmente como “Carandirú” e havia a narrativa de as forças de segurança ‘não entravam no local’.

“A operação veio demonstrar que não existe nenhum lugar que a Polícia Civil e demais forças policiais juntas não possam entrar”, rebateu o Delegado-Geral da Polícia Civil, Roberto Gurgel de Oliveira Filho, em coletiva à imprensa na tarde a 3ª.

Como mostramos aqui no MS Notícias, ao menos 321 servidores, incluindos policiais de diversos departamentos participaram da operação.

De maneira certeira, sem atirar em moradores de bem da ocupação, o grupo de policiais prendeu 11 suspeitos, duas em decorrência de cumprimento de mandado de prisão e de busca e apreensão. Todos os presos, segundo a polícia, responderão por tráfico de drogas, posse irregular de arma de fogo e receptação. A operação foi um verdadeiro exemplo do que se deve fazer as forças de segurança do estado.

Nos condomínios foram apreendidos 12kg de maconha e 2kg de cocaína, além de duas armas de fogo (um revólver e uma pistola), cerca de 50 munições e R$ 20 mil em dinheiro, de acordo com a coordenadora Delegada Titular da 3ª Delegacia de Campo Grande, Priscilla Anuda Quarti. Além dos ilicitos, diversos objetos sem procedência comprovada foram recuprados (veja na galeria no topo).

INVESTIGAÇÃO E PLANEJAMENTO

As investisgações iniciaram em agosto de 2022, a partir de ocorrências de crimes patrimoniais (roubos e furtos), praticados na região de abrangência da 3ª DP.

Após o levantamento inicial dos dados, foi representado pelos mandados de prisão e o pedido foi deferido pela 3ª Vara Criminal de Campo Grande.

O “Carandiru” é composto por 44 apartamentos e duas casas térreas, isso é, existem muitos moradores que não são ligados ao crime. Por isso, conforme os delegados da 3ª DP, a operação teve como pensamento central de que no todo, não é só uma questão criminal.

A ocupação do prédio abandonado, apresenta condições precárias tanto no ponto de vista estrutural quanto no aspecto de vulnerabilidade social. Diante disso, a Polícia Civil contou com o apoio da Assistência Social e Defesa Civil para que pudessem também analisar o contexto de vida dos moradores e quais ações podem ser feitas para melhorar as condições atuais.

Segundo o Delegado-Geral, Roberto Gurgel, esta foi uma primeira etapa. “A operação não foi pensada só na parte criminal, mas sim em todos os aspectos humanos que envolvem as pessoas que ali habitam, respeitando as crianças, adolescentes e idosos. O próximo passo será fazer os devidos encaminhamentos aos demais órgãos envolvidos e que têm competência para cuidar das outras ações”, acrescentou o delegado.

O Diretor do Departamento de Polícia da Capital, Delegado Wellington de Oliveira frisou ainda que no final da operação, os policiais serviram lanche aos moradores do complexo.

Participaram da coletiva de imprensa o Delegado-Geral da Polícia Civil Roberto Gurgel de Oliveira Filho, O Diretor do Departamento de Polícia da Capital Delegado Wellington de Oliveira, a Delegada Titular da 3ª DP Priscilla Anuda Quarti, a Delegada Adjunta da 3ª DP Jennifer Estevam de Araújo e o Delegado da 3ª DP Reges de Almeida.

NOME DA OPERAÇÃO

A denominação da Operação se dá em analogia ao Conto Ali Babá e os 40 ladrões, do Livro As mil e uma noites, em que o jovem, em uma de suas viagens, enquanto descansava, ouviu vozes distantes, quando, ao aproximar-se, deparou-se com 40 ladrões, que se encontravam em frente a uma enorme pedra. Em determinado instante, um deles bradou, “abre-te, sésamo”, momento em que a pedra se moveu, revelando a entrada de uma caverna.

Nesta caverna eram guardados os objetos dos crimes praticados pelos ladrões, que os guardavam naquele local, onde ninguém conseguiria entrar, apenas os integrantes do grupo.

 

FONTE: MS NOTICIAS