Detido há um mês na Unidade Educacional de Internação (Unei) Dom Bosco, em Campo Grande, o estudante de 15 anos que promoveu o ataque na Escola Municipal Bernardo Franco Baís, também na Capital, em 18 de maio, continuará detido preventivamente, por tempo indeterminado.

A manutenção da internação do rapaz foi confirmada durante audiência realizada nesta quinta-feira (22) pelo Poder Judiciário, em Campo Grande. O Correio do Estado apurou que o magistrado que cuida do caso, atendeu à solicitação do Ministério Público, de manutenção da detenção do estudante, que ainda representa risco à sociedade.

Em 18 de maio, o estudante – matriculado na Escola Estadual Coração de Maria – tentou invadir a escola Bernardo Franco Baís, aonde estudava até o ano passado. A intenção dele era a de promover um atentado no estabelecimento de ensino. Ele só não teve êxito porque foi contido por um professor de educação física e por um segurança na entrada da escola.

Antes de entrar, porém, feriu a mãe de um aluno com uma facada. Em depoimento à Polícia Civil e ao Poder Judiciário, o adolescente disse que pretendia se vingar de três ex-colegas de escola que teriam praticado bullyng contra ele. Ele também relata um suposto abuso do qual teria sido vítima. Não há, entretanto, qualquer relato de abuso sofrido pelo rapaz.

Quando foi detido, o rapaz portava quatro facas e uma marreta, armas que usaria no atentado.

Suástica

Antes do atentado, a mãe do estudante detido já havia sido avisada pela Secretaria Estadual de Educação (SED) sobre seu comportamento. Isso porque professores notaram um comportamento suspeito dele. Foram duas notificações, e só na segunda – segundo apurou o Correio do Estado – a mãe decidiu tentar dar início a um tratamento psicológico no estudante.

O estopim para a SED comunicasse a família do rapaz sobre seu comportamento suspeito foi o fato de ele ter desenhado suásticas nazistas em sua carteira, na Escola Estadual Coração de Maria.

A mãe do rapaz até tentou dar início ao tratamento, mas há relatos de que o garoto costumava andar armado com facas sempre que possível, e circulava de blusas de moletom (onde escondia as facas) mesmo em dias quentes.

O atentado de 18 de maio foi o primeiro registrado em Mato Grosso do Sul depois que uma onda de atentados no Brasil teve início. Neste ano já foram três ataques com mortes em escolas brasileiras, nas cidades de São Paulo (SP), Blumenau (SC) e Cambé (PR).

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO