Uma semana após a morte de uma mãe e um bebê indígenas durante o parto, o Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul (DSEI-MS) que as investigações para apurar as circunstâncias do ocorrido continuam.
Em nota, a entidade ainda informou que até os fatos serem esclarecidos, os profissionais envolvidos no atendimento dados às vítimas continuam afastados.
No mesmo comunicado o DSEI ainda aponta que a apuração dos fatos está seguindo todos os protocolos para entender as circunstâncias em que se deram ambos os óbitos.
“Estamos comprometidos em tomar todas as medidas necessárias para esclarecer os fatos. Como parte dessas medidas a Coordenação do DSEI-MS estabeleceu pelo afastamento dos profissionais envolvidos no caso até que todos os fatos sejam devidamente esclarecidos”, informou em nota.
RELEMBRE O CASO
De acordo com o Conselho Missionário Indigenista (Cimi), na madrugada do dia 14 de junho, uma indígena morreu junto com seu filho, que ainda estava no útero, mas já entrando em trabalho de parto. O caso aconteceu na Aldeia Potrero Guassu, em Paranhos, onde vivem 150 famílias das etnias Guarani e Kaiowá.
O Conselho Missionário aponta que as mortes aconteceram por negligência de funcionários da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), do Polo Base de Paranhos, já que foram realizados diversos pedidos de auxílio, mas nenhum foi atendido.
Conforme o relatado, uma vizinha chegou a realizar 10 ligações telefônicas, mas não foram atendidas. O hospital do município também foi acionado, mas alegou que a ambulância só poderia ser liberada com o consentimento da equipe da Sesai.
Diante da recusa de socorro por parte do hospital, a vítima foi levada até lá junto com o marido em um carro particular, mas, ao chegarem, a mãe e o bebê não resistiram. Ela deixou sete outros filhos com idades entre 11 e 22.
Na certidão de óbito a causa da morte foi registrada como “desconhecida”, mas, de acordo com o Cimi, ambos perderem a vida pela demora no atendimento.
FONTE: CORREIO DO ESTADO