O ex-vereador e policial militar Jair Barbosa Tavares, conhecido como Zico Bacana, e o irmão dele, Jorge Tavares, foram executados, às 17h20 da 2ª feira (7.ago.23), numa padaria, na esquina da Rua Enéas Martins com a Francisco Portela, no bairro de Guadalupe, Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ).
O crime aconteceu a poucos metros da casa do ex-vereador.

Conforme a polícia, além dos irmãos, um homem chamado Marlon Correia dos Santos também morreu no ataque. Segundo relatos nas redes sociais, o rapaz estava passando na hora do ataque.

Eles foram levados ao Hospital Municipal Albert Schweitzer. Zico deu entrada às 17h50 já em óbito. Jorge chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Marlon também morreu no local.

Uma quarta pessoa, que seria o segurança do ex-vereador, ficou ferida.

O carro blindado de Zico evitou uma tragédia maior, ao receber e conter mais de 15 tiros. Peritos que foram ao local encontraram cápsulas de fuzil no chão do estabelecimento.

LIGADO AO CASO MARIELLE

O ex-vereador foi ouvido como testemunha nas investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e o motorista dela Anderson Gomes, em 2018. “Informei o máximo que pude, da melhor forma. O que fizeram com a nossa colega não era para acontecer. Peço para que as pessoas que saibam alguma coisa que liguem para o Disque Denúncia. O anonimato é garantido. Vamos ajudar. Faço parte da cúpula da Polícia Militar e estou nessa para defender a conduta da menina [Marielle], que Deus a tenha. Me colocaram nisso”, declarou à época.

LIGADO A MILÍCIA 

Zico tinha 53 anos e foi ouvido em 2018 pela CPI das Milícias em que era acusado de chefiar um dos grupos criminosos. Acusação que negou na época.

Ele era cusado de chefiar uma milícia justamente do bairro de Guadalupe e especificamente na favela do Eternit.

De acordo com as denúncias que a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro recebeu, seu grupo teria ligações com a Milícia da Palmirinha, de Honório Gurgel, controlada por outro policial, o PM Fabrício Mirra.

OUTROS SUSPEITOS

Desde 2013 o ex-vereador foi alvo de vários atentados que teria sido encomenados pelos traficantes do Gogó de Guadalupe. Há quase 20 anos o ex-vereador estaria em guerra com traficantes que tentam expandir seus domínios na região.

Uma denúncia feita pelo site Guadalupe News, apontou o traficante Alexsandro Miranda da Silva, o Dando, e Jonatan Ferreira dos Santos, o Sobrinho, como responsáveis pela morte do ex-vereador.

Dando é apontado pela polícia como dono do tráfico no Gogó de Guadalupe, o Sobrinho, como 2° na hierarquia.

Os traficantes WL DG, HG, TRIX, Marretinha, de acordo com o site, teriam sido os responsáveis pela execução do ex-vereador.

ÚLTIMOS PASSOS 

Vereador do Rio de Janeiro entre 2017 e 2020, pelo Podemos, ele se identificava como paraquedista e policial militar.

Em 2020, havia sofrido uma tentativa de assassinato. Segundo o próprio, escapou por pouco, uma vez que a bala passou de raspão na cabeça.

Nas redes sociais, mesmo sem ocupar cargo público, se apresentava como liderança comunitária em bairros da Zona Norte.

Nas últimas publicações, aparece ao lado do prefeito Eduardo Paes e do deputado federal Pedro Paulo em ruas de Guadalupe, para ouvir demandas de urbanização da região.

ENTERROS

O corpo de Zico deve ser velado às 7h da 4ª feira (9.ago.23), da Capela 8, Santo Cristo, do Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio. Já o sepultamento será realizado às 11h.

Ainda não há informações sobre os enterros de Jorge Tavares e Marlon dos Santos.

 

FONTE: MS NOTICIAS