Valderia da Silva Barbosa Peres, de 46 anos, policial da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) 2 em Ceilândia (DF), foi assassinada com 64 facadas desferida pelo ex-marido, Leandro Peres Ferreira, de 46 anos. O crime ocorreu às 12h, de 11 de agosto, em Arniqueiras (região administrativa do DF).

O corpo da vítima foi encontrado pelo filho, de 23 anos, cerca de meia hora após o assassinato.

Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), ao chegar em casa, o filho encontrou a porta do quarto de Valderia trancada. Como ela não respondia, ele deu a volta por fora e entrou no cômodo pela janela, quando encontrou o corpo da mãe.

À polícia, o filho disse ainda que ela e Leandro, seu ex-padrasto, estavam em um processo de separação e que o homem havia saído de casa há cerca de um mês. No entanto, sem aceitar o término, procurava a policial no trabalho e em outros lugares pedindo para reatar o relacionamento.

Ele contou ainda que Leandro tinha comportamentos possessivos e às vezes gritava, embora nunca tenha observado um episódio de agressão física.

A Polícia Civil divulgou a imagem de Leandro Peres Ferreira para tentar localizá-lo. As denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo site da PCDF ou pelo Disque-Denúncia 197.

A PCDF emitiu uma nota dizendo que a partida de Valéria “deixa um grande vazio tanto na PCDF, instituição que ela serviu com zelo e coragem, quanto nos corações daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-la e trabalhar ao seu lado”.

A Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF), por meio de sua diretoria e da Comissão de Combate à Violência Doméstica e Familiar da OAB/DF, emitiu uma nota de repúdio ao crime: ” Esse brutal ato de violência contra uma mulher não pode ficar impune e acompanharemos as investigações, colocando a OAB/DF à disposição da família da policial”, disse o órgão.

A OAB/DF ainda lembrou que esse foi o 23º feminicídio registrado no DF neste ano. “O número de casos de 2023 já é maior do que a quantidade de feminicídios registrada em todo o ano de 2022, quando ocorreu um total de 17 assassinatos de mulheres por questão de gênero. Reafirmamos a necessidade de políticas públicas mais abrangentes e multidisciplinares para combater a violência doméstica. A Lei Maria da Penha dispõe de medidas de prevenção e educação que devem ser efetivadas”, sustentou.

Também em nota, o Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), disse: “A perda de Valderia é uma triste lembrança do quão importante é o fortalecimento da luta no combate à violência contra a mulher em nossa sociedade. Seu legado servirá como inspiração para todos os profissionais que, assim como ela, estão empenhados em fazer do mundo um lugar mais seguro e justo para as mulheres”, disse.

Conforme a Sinpol, às 13h da 2ª feira (14.ago.23), será realizada um cortejo fúnebre em memória da agente de polícia Valderia. O cortejo sairá da Delegacia-Geral, no Complexo da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). “O trajeto conduzirá ao Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, onde o velório será realizado em sua honra, das 14h às 16h. Posteriormente, um novo cortejo será realizado até um crematório em Formosa (GO)”, explicou o sindicato.

 

FONTE: MS NOTICIAS