A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) tornou-se ré, nesta 2ª feira (21.ago.23), pelo espisódio em que perseguiu o jornalista Luan Araújo, de 32 anos, na véspera do 2º turno das eleições de 2022.

Como mostramos aqui no MS Notícias, na época Zambelli sacou uma arma e persegiu Luan, após ser provocada. Além da bolsonarista, um de seus assessores efetuou um tiro à luz do dia no cruzamento das alamedas Lorena e Joaquim Eugênio Lima, no bairro nobre de São Paulo Jardins, na Capital paulista.

Zambelli vai responder pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo. Ela senta-se no banco dos réus, após decisão por 9 votos a 2, numa decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta 2ª.

A maioria dos ministros aceitou denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a parlamentar de extrema direita. Votaram pela aceitação da denúncia o relator Gilmar Mendes, e os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Cristiano Zanin, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Rosa Weber e Luiz Fux.

Mendes entendeu que há indícios suficientes para a abertura da ação penal contra Carla Zambelli: “Ainda que a arguida tenha porte de arma, o uso fora dos limites da defesa pessoal, em contexto público e ostensivo, ainda mais às vésperas das eleições, em tese, pode significar responsabilidade penal”, argumentou.

O ministro André Mendonça votou pelo envio das acusações para a primeira instância da Justiça.

O ministro Nunes Marques votou pela rejeição da denúncia e entendeu que o caso só poderia ser levado à Justiça por meio de ação penal privada, cuja propositura deveria ser feita por Luan Araújo. O ministro também entendeu que Carla Zambelli reagiu a “ofensas”: “Consoante se infere do teor da própria denúncia, a conduta da acusada, consistente em sacar sua arma e sair em busca de Luan Araújo, com a finalidade de realizar sua prisão em flagrante delito, situou-se, claramente, no contexto das ofensas a ela dirigidas”, afirmou Nunes Marques.

Com a aceitação da denúncia, será aberto um processo criminal contra a deputada. Testemunhas de defesa e de acusação serão ouvidas. Ao final, será decidida a condenação ou não da parlamentar.

Em nota à Agência Brasil, o advogado Daniel Bialski, representante de Carla Zambelli, reiterou que a deputada é inocente e garantiu que essa condição será reconhecida durante o processo: “A defesa da deputada Carla Zambelli, diante da decisão do julgamento do Supremo Tribunal Federal, determinando o recebimento e processamento da denúncia, externa sua confiança na sua inocência, a ser reconhecida quando do julgamento do mérito. E, a partir de agora, esclarece que poderão ser produzidas todas as provas necessárias para evidenciar que ela não cometeu as infrações penais pelas quais foi acusada”, declarou a defesa.

 

FONTE: MS NOTICIAS