Preso desde quinta-feira (24), o lutador de jiu-jitsu Erberth Santos de Mesquita, de 31 anos, tem um histórico de polêmicas que envolvem roubo de motocicletas, cinco apreensões na juventude, agressões a adversários e uso de drogas. Ele e o também lutador André Pessoa, e 29 anos, foram presos em Boituva, no interior de São Paulo, após terem cometido os crimes de estupro e roubo contra garotas de programa em Mato Grosso do sul.

Em entrevista concedida ao Globo Esporte em janeiro de 2014, o tricampeão mundial Erberth Santos falou sobre o passado com o crime e as dificuldades da juventude. Os problemas, no entanto, eram tratados com olhar de superação e “vida nova”. Na época, ele era reconhecido como um dos maiores representantes da arte suave. Mas os anos seguintes foram de envolvimento em novas polêmicas.

Criado em Roraima, Erberth conheceu o esporte quando tinha apenas 9 anos. Morador do bairro Calungá, em Boa Vista, ele treinava em um projeto social da associação PF Team. Até os 15 anos, segundo a entrevista de 2014, o lutador conciliava a arte marcial e a aproximação com a criminalidade. Com o tempo, revelou ter se tornado figura conhecida pelos policiais da região onde vivia. Depois de cinco prisões e a vida ameaçada pelo crime, ele chegou a dizer que o jiu-jitsu teria “mudado” sua vida.

Em 2019, Erberth se envolveu em uma série de problemas profissionais. No início daquele ano, sofreu um acidente de moto que o obrigou a diminuir o ritmo. Em fevereiro, o lutador disse ter “perdido a cabeça” ao se envolver em uma confusão no BJJ Stars e agredir membros da equipe adversária.

Ele foi desclassificado e alegou, na época, que havia sofrido racismo e recebido insultos. Já em 2021, o lutador teria sido expulso de um estabelecimento por policiais na Praia Brava, em Itajaí, no estado de Santa Catarina, conforme informações do jornal O Globo.

Estupros – Nesta semana, quatro mulheres procuraram a Deam (Delegacia Especializada de Proteção à Mulher) da Capital e relataram que foram estupradas e roubadas nos dias 22 e 23 de agosto. Outras duas procuraram a Dam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Três Lagoas e afirmaram que foram vítimas dos mesmos crimes, praticados de forma violenta.

Em MS, a dupla passou por Aquidauana, Miranda, Corumbá, Campo Grande e Três Lagoas, onde cometeu os crimes. Um frentista, vítima de roubo em um posto de combustíveis, na BR-262, em Terenos, também apontou os dois lutadores como autores do crime na madrugada da última terça-feira (22).

A dupla, de renome internacional, veio ao Estado para uma palestra sobre mudança de vida no esporte, que aconteceria em um evento na cidade de Aquidauana, mas não apareceu no local. Segundo o tenente-coronel Rigoberto Rocha da Silva, comandante do BPChoque (Batalhão de Choque) da Polícia Militar, Erberth teria uma história de superação e por isso foi chamado para o evento, no entanto, quando ele não apareceu, levantou uma preocupação nos organizadores.

Uso de droga – Ao Campo Grande News, a delegada Analu Ferraz, responsável pela investigação dos estupros na Capital, contou que a dupla prestou depoimento à polícia e ambos os lutadores afirmaram que foram dopados pelas vítimas que batizaram suas bebidas. Erberth teria usado maconha e André cocaína.

Com isso, perderam o controle e não tinham noção do que estavam fazendo. No entanto, para a delegada, a versão é totalmente incabível. “A câmera de segurança que registrou a ação não deixa dúvidas sobre o crime. A alegação de que tiveram as bebidas batizadas não existe. Todas as vítimas que procuraram a delegacia reconheceram os suspeitos”, destacou Analu.

 

FONTE: CAMPO GRANDE NEWS