Dois parlamentares utilizaram a tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) para abordarem a questão de saúde pública. O deputado Pedrossian Neto (PSD) trouxe dados da saúde em Campo Grande, obtidos com o Sistema de Nacional de Regulação (Sisreg), e a deputada Lia Nogueira (PSDB) descreveu alguns pontos que precisam de atenção na saúde em Dourados.
Sobre Campo Grande, o deputado Pedrossian Neto falou dos dados que considera alarmantes para quem precisa de uma consulta ou cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Os números trazem uma piora significativa na saúde, principalmente em Campo Grande. Dados do Sisreg em relação a julho trazem que 14.339 em Campo Grande esperando uma cirurgia há mais de seis meses. O sistema está funcionando de forma distorcida”, ressaltou.
“Me causou perplexidade, para cirurgia bariátrica há 569 pessoa esperando, e o tempo esperado médio informado para o procedimento é de 24 meses. Cirurgia geral, são 3.520 na fila de espera, e o tempo médio de espera é de 16 meses. Existem hoje no sistema de regulação de Campo Grande, 61.254 pessoas esperando atendimento com especialista, se nem consegue a consulta, como será a cirurgia, e quando consegue a cirurgia não consegue o medicamento”, avaliou.
O deputado considera que é um fato banalizado, infelizmente. “Acontece todos os dias, estamos fingindo que o problema não existe. Será que para resolver os problemas de Campo Grande é necessária a construção de um hospital, ou aditivar os contratos dos hospitais que existem para que essas cirurgias ocorram imediatamente. Seria muito importante Campo Grande ter um hospital próprio, mas antes disso dar funcionalidade e corrigir os que estão em funcionamento hoje”, declarou.
“Elaborei um projeto de lei, criando um regime de contratualização para os hospitais no SUS, com a ideia de remunerar os hospitais de acordo com sua produção e eficiência. Outra coisa que me preocupa é a questão da regulação de vagas em hospitais. Está na hora de Campo Grande e o Governo do Estado se entenderem Uma solução seria criar uma forma compartilhada e criarmos um regramento. Proponho uma audiência pública na primeira quinzena de novembro para o debate do assunto”, concluiu Pedrossian Neto.
A deputada Gleice Jane destacou foi ao Hospital Universitário, aqui em Campo Grande, para tentar entender como funciona o fluxo. “Acompanhamos esse debate em Dourados. E chegando em Campo Grande, fui ao Hospital Universitário para entender o fluxo. É necessário trabalhar esse viés, pacientes ficam doentes em casa, e a pessoas muitas vezes não sai para não ter que se desagradar nesses espaços, fazendo com que o problema piore, e leve a uma internação de até quinze dias. É necessário sim o debate, financiamento e regulamentação da saúde, para melhorar a situação”, declarou.
Dourados
A deputada Lia Nogueira também utilizou a tribuna para falar da saúde pública no município de Dourados. “A gente precisa falar do Sistema Único de Saúde [SUS], as pessoas que pagam seus impostos e o mínimo que elas querem o atendimento. Elaboramos um requerimento para informações e questionamentos endereçado à prefeitura de Douradas, devido a situação da infraestrutura dos postos de Saúde de Dourados, que é um polo de saúde para mais de 33 municípios”, descreveu.
“Outra questão que abordo é a falta de água nas aldeias Jaguapiru e Bororó, não há uma gota dágua. Acionamos caminhões pipas, e são crianças e famílias indígenas que não tem água para o básico, nossas comunidades ainda padecendo. Isso também prejudica o tratamento de saúde e prevenção. Sugeri a formação de uma comissão quando trouxe esse problema pela primeira vez a esta Casa de Leis, mas a solução deve ser urgente. Não podemos conceber o Estado que tem a terceira maior população indígena vivenciando a falta de água. Sugerir que a ALEMS oficialize essa comissão, una esforços para fazermos nossa parte”, concluiu.
A deputada Gleice Jane reiterou sobre a grave situação nas aldeias. “Temos que debater para além somente da água, falar sobre o saneamento básico dentro das aldeias, pelo menos em parte dela, pois isso interfere diretamente na saúde das crianças. É uma questão urgente e emergencial. Nas retomadas a situação é pior ainda do que dentro das aldeias por ser uma área de conflito agrário. O Governo tem que olhar pelas pessoas, é necessária uma ação e intervenção articulada do município, Governo e União”, informou.
O deputado Professor Rinaldo Modesto (Podemos) também considera grave o problema dos indígenas, e que a solução deve ser urgente. “Há vinte anos o Estado é uma referência nacional e ao mesmo tempo, no paradoxo do ponto de vista social, pessoas ao nosso lado não tendo água. Aqui em uma Comissão Parlamentar de Inquérito [CPI], apontamos uma falta de gestão no recurso que a Secretaria de Saúde Indígena [Sesai] utilizava lá. Temos que encontrar sim uma maneira de forma tripartite para que nossos indígenas não sofram”, definiu.
FONTE: ALEMS