A onda de calor que iniciou no último final de semana atingiu o Mato Grosso do Sul têm sido intensa nos países vizinhos como o Argentina, Bolíva e Paraguai que chegou a registrar mais de  45ºC. Não apenas isso, o país que faz fronteira chegou a figurar entre os mais quentes neste período de El Niño.

Segundo a Agência Americana de Oceanos e Atmosfera (NOAA) o calor extremo atinge a América do Sul, e países como Paraguai, Bolívia e Argentina que podem registrar temperaturas acima de  35ºC.

O meteorologista do Cemtec-MS Vinicius Sterling explicou ao Correio do Estado que as ondas de calor ocorridas recentemente na região podem estar relacionadas diretamente com o aumento da temperatura nos oceanos, principalmente o oceano Pacífico, onde está configurado uma forte incidência do El Niño.

“Digamos assim, tecnicamente falando, seria um o domo de calor, o centro da alta pressão, então fica mais concentrado o calor nessa região, então, não é por questão geográfica e sim pela configuração meteorológica, que está atuante. Está recorrente que esses centros dessas altas, esses domos de calor, esses centros da massa de ar quente têm ficado sobre essa região”, disse o Vinícius.

Ainda, no Estado, o município que registrou a maior temperatura esta semana foi Água Clara 40,2ºC seguido por Porto Murtinho 39,6ºC e Santa Rita do Pardo  38,9ºC.

Altas temperaturas em 2023

O ano de 2023 foi marcado por temperaturas extremas com cerca de 1,48ºC mais quente que os anos anteriores. Também foi apontado como o mais quente em 125 mil anos, conforme dados do Centro de Observação Europeu Copernicus.

Em Mato Grosso do Sul, as temperaturas médias (feitas usando as máximas e as mínimas de cada dia) de todas as estações foram altas, a maior foi a da primavera, que chegou a 34,6°C. No verão de 2023 a média havia sido de 33,4°C.

País vizinho

O Paraguai é o país mais quente da América do Sul e a previsão é de que nesta quinta-feira (11) a temperatura ultrapasse os 45ºC. O problema é que a alta temperatura durante o dia não alivia no período noturno, o que acaba gerando o estresse térmico que ocasiona riscos para a saúde, já que o corpo não consegue descansar.

“Geralmente quando a máxima está subindo muito no verão tem aquela pancada de chuva e segura essa temperatura. Isso não está ocorrendo. A gente está com chuvas abaixo da média muito irregulares. Seria por isso a questão do calor, no Paraguai e norte da Argentina”, ressaltou o metereologista do Cemtec-MS .

Na última semana a máxima foi de  42,2ºC em Mariscal Estigarribia. No entanto, todo país vizinho está sofrendo com as altas temperaturas. Sendo que em dezembro o país registrou uma anomalia de  2,5ºC acima do período de 1991-2020, ficando entre os países que mais esquentou.

Fonte: Correio do Estado