Versão dada inicialmente pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), que apontavam para João Vitor Oliveira, de 21 anos, como morto por engano, junto do professor Jair Ferreira Jara, de 49 anos, foi retificada pela Polícia Civil com o mestre, agora, sendo o único inocente entre as execuções feitas no ginásio poliesportivo de Sonora.

Ainda na sexta-feira (15), no município distante cerca de 362 km de Campo Grande, Jair Ferreira Jara foi baleado após dois indivíduos, posteriormente identificados, invadirem o ginásio poliesportivo atirando.

Presos no sábado, em Coxim, os acusados do duplo homicídio foram identificados como João Pablo Kataguiri, de 18 anos, e Wanderson Ferreira Alves, 26, respectivamente, dos municípios de Rio Verde e São Gabriel do Oeste.

Em busca deles estavam as polícias Civil e Militar, além das seguintes unidades especializadas: Força Tática da PM, Garras, Bope e Choque, que localizaram os acusados em uma boate já distante cerca de 100 km do local do crime.

Segundo as informações, os alvos eram um terceiro rapaz que até foi atingido, porém, fugiu correndo, e João Vitor Oliveira de Souza, que ao ser baleado pelo garupa da motocicleta correu em desespero para dentro do ginásio, onde foi perseguido e morto.

Justamente durante essa perseguição, conforme apurado pela Polícia Civil, os acusados descarregaram dois revólveres calibre 38 em direção às crianças e adultos que ali estavam, momento no qual o professor de futebol Jair Ferreira Jara foi baleado.

Funcionário público do município, a morte de Jair foi lamentada pela prefeitura de Sonora que informou o falecimento através das redes sociais.

“Nesse momento de dor nos solidarizamos com os familiares e amigos e expressamos nossas mais sinceras condolências”, diz a nota da Prefeitura.

Guerra de facções

Sendo que os responsáveis pela execução estavam bebendo e celebrando no momento em que foram presos, os indivíduos devem responder não só pelo duplo homicídio, como também pelos crimes de:

  • Organização criminosa armada,
  • Corrupção de menores e
  • Porte ilegal de arma de fogo.

Logo após o crime, as informações que corriam em grupo sobre essas execuções é de que um bilhete foi encontrado e apontava para uma guerra de facções na cidade: “comunicado CV: viemos deixar bem claro para vocês que estamos em Sonora e daremos sangue pela nossa luta”, diria o trecho.

Importante esclarecer que a motocicleta foi localizada abandonada em um matagal, enquanto os revólveres foram encontrados enterrados no quintal da casa do irmão de um dos autores, que também foi preso, totalizando seis pessoas encarceradas por envolvimentos diretos e indiretos.

Entre esses seis, alguns são descritos como integrantes de uma organização criminosa. Foram presos pessoas que ajudaram na fuga e apoio logístico em Sonora, fornecendo alimentação; transporte; casa e armas, assim como em Coxim, com os que deram abrigo aos criminosos.

Inclusive, o próprio dono do bar onde os acusados bebiam e comemoravam no momento da prisão, que sabia dos fatos, também foi preso pelos policiais.

Quanto ao bilhete e a possível guerra de facções, a Polícia Civil se limitou a dizer que existe uma investigação relacionada a organizações criminosas que, por ora, não pode ser divulgada para que o andamento das apurações não seja prejudicado.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO