O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, informou durante a coletiva de ontem (6) que o governo federal vai realizar um novo leilão para comprar mais 36 mil toneladas de arroz importado, para distribuir para estados que ficaram de fora da primeira remessa. De acordo com a lista, Mato Grosso do Sul deverá receber mais de 3,1 mil toneladas.

Essa quantidade corresponde aos lotes que não foram arrematados no leilão desta quinta-feira (6). No total, o leilão previa a compra de 300 mil toneladas do grão, das quais foram adquiridas 263,370 mil, correspondendo a aproximadamente 88%.

Os lotes do primeiro leilão foram enviados para os estados da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco e São Paulo. Os lotes previstos para Mato Grosso do Sul, Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins não foram comercializados por falta de interesse dos arrematantes.

De acordo com o edital do primeiro leilão, seriam enviados 3.135.000 quilos de arroz importado para Mato Grosso do Sul, o equivalente a 627 mil pacotes de 5 quilos. Caso a empresa deseje arrematar o produto, deve entregá-lo em uma unidade da Conab, localizada no Núcleo Industrial de Campo Grande, onde será fiscalizado por agentes da companhia.

O leilão quase não saiu  

A falta do produto nos supermercados do país, criou um cenário de alerta para o governo federal, já que praticamente 70% do cereal vem do Rio Grande do Sul.

Na última quarta-feira (5), a Justiça Federal chegou a suspender o leilão por meio de uma liminar,  atendendo a um pedido do Partido Novo. No entanto, a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com recurso e conseguiu reverter a decisão. O leilão aconteceu às 9h da manhã, como estava programado.

A menina de suspender o leilão foi duramente criticada por associações de produtores rurais, que a consideram intervencionista e um desestímulo à produção nacional. O setor diz que há arroz suficiente no Brasil para abastecer a população.

Na visão do governo federal, a questão do é um abastecimento.

 “Me perguntaram se não era precipitado. Precipitado é ter lugares onde o arroz aumentou 19%, como foi em Santa Catarina, em um mês o segundo estado de maior produção no nosso país”, disse o presidente da Conab.

Na prévia da inflação de maio, o preço do arroz ao consumidor acumula alta de 25% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Qual será a qualidade do arroz?

  • Arroz tipo 1 (conhecido como “agulhinha”)
  • Longo, tipo fino
  • Coloração, odor e sabor de arroz beneficiado
  • Safra 2023/2024

Preço
A previsão é que custe no máximo R$ 4 reais o quilo;
O Governo Federal irá fornecer uma embalagem com todos os dados;

Onde irá vender?

  • Pequenos varejistas de regiões metropolitanas
  • Regiões com alto índice de insegurança alimentar

Ao longo de 2024, outros leilões públicos para a aquisição de arroz serão realizados pelo Governo Federal. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, explicou que o objetivo da importação está em evitar a alta de preços e reforçou que o arroz importando não irá concorrer com a produção dos agricultores brasileiros.

“Já conversei com os produtores para deixar claro que não é para concorrer com o nosso arroz. Não queremos qualquer peso no bolso do brasileiro. Queremos estabilidade e comida na mesa”, falou Fávaro.

FONTE: CORREIO DO ESTADO