A Bacia Hidrográfica do Rio Paraná está prestes  passar pela terceira crise hídrica em menos de 10 anos. É o que acredita Alcides Faria, diretor da entidade Ecoa, entidade que atua na preservação do meio ambiente, principalmente nos biomas amazônico, do Cerrado, da Mata Atlântica e do Pantanal.

Segundo ele, o impacto de uma nova crise hídrica na unidade da Bacia do Paraná é sério porque a região concentra a maior parte da economia e da população no Brasil abrangendo territórios de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, sendo ainda compartilhada com Bolívia, Paraguai e Argentina.

“Considerando que o rio Paraguai é um afluente do rio Paraná e que uma seca extrema atingiu sua bacia entre 2020 e 2021, em 2024 a unidade está mergulhada na terceira crise hídrica em menos de 10 anos”, explica.

Segundo artigo publicado pelo diretor, o impacto mais grave é social por conta da falta de água para o abastecimento urbano, o que causará racionamentos, levando a gastos maiores de escassos públicos para fazer remendos no abastecimento. Famílias ficam às vezes dias com suas torneiras secas.

“Na região metropolitana de São Paulo, a queda no nível dos mananciais responsáveis pelo abastecimento agravou o racionamento de água: “seis dos sete sistemas de água que abastecem a região metropolitana de São Paulo estão mais secos hoje” que há um ano, informa a Folha de São Paulo.”

Outro impacto grave da crise hídrica apontado é a queda no volume de água das represas destinadas a geração elétrica na bacia do Rio Paraná. No Brasil, as represas da Bacia são responsáveis por mais de 60% da geração hidrelétrica.

“Quando o volume de água nas barragens se aproxima do crítico, se aciona algumas das 319 termelétricas em operação, um custo por KW muito maior, o que impacta diretamente a economia, aumentando os custos de produção e encarecendo a conta de energia das famílias, reduzindo seu poder de consumo geral, para, a rigor pagar as térmicas”.

 

FONTE: CAMPO GRANDE NEWS