A 3ª Delegacia de Polícia de Campo Grande realizou nesta semana a Operação Miragem, que desarticulou uma organização criminosa especializada em golpes contra empresas de diversos setores no estado. A operação, que começou após a denúncia de uma vítima no dia 22 de outubro, já resultou na prisão de três integrantes do grupo e revelou uma complexa rede de estelionato.
Investigação e Modus Operandi dos Criminosos
A investigação teve início quando o dono de uma metalúrgica de Campo Grande procurou a polícia afirmando que sua empresa fora vítima de um golpe. Os criminosos se passaram por representantes de uma renomada rede de supermercados do estado para adquirir uma carga de tubos de aço, avaliada em aproximadamente R$ 90 mil. Para ganhar a confiança da vítima, a quadrilha utilizou documentos falsos, e-mails e até mesmo sites fraudulentos que simulavam sistemas comerciais e bancários, garantindo a suposta legitimidade da compra. Apenas após a falta de pagamento dos boletos, a fraude foi descoberta.
Ao longo da investigação, a polícia identificou outras empresas que sofreram prejuízos com o mesmo esquema de falsificação e estelionato, embora o total do valor furtado ainda não tenha sido completamente calculado.
Prisões
Após dias de investigação e vigilância, a polícia prendeu dois suspeitos, identificados como A.B.G. e L.E.S.F., em flagrante no dia 25 de outubro. A.B.G. seria responsável pela logística de pagamentos da quadrilha, enquanto L.E.S.F. teria a função de efetivar essas operações financeiras fraudulentas.
Além disso, os investigadores identificaram um receptador em um distrito de Aquidauana, onde foi encontrada uma carga de ferro roubada, parte de um golpe aplicado anteriormente na cidade de Três Lagoas. Nesse esquema, o grupo conseguiu subtrair R$ 120 mil em telhas e R$ 183 mil em perfis metálicos, parte dos quais foi localizada em uma obra de condomínio em Aquidauana. O responsável pelo empreendimento foi preso em flagrante por receptação qualificada.
Fraudes
As investigações revelaram ainda que o grupo também tinha uma vítima em Ponta Porã, que foi enganada na venda de 24 toneladas de fécula, com um valor estimado em R$ 74 mil. Parte do produto furtado foi encontrada em estabelecimentos comerciais em Campo Grande, incluindo conveniências e uma chiparia no bairro Guanandi. Os proprietários desses estabelecimentos foram presos em flagrante por receptação qualificada.
A delegada titular da 3ª DP, Priscilla Anuda, reforçou o impacto que a receptação de produtos ilícitos tem no incentivo à prática de crimes de estelionato no estado e no país. “A prática do crime apenas é possível pela existência de empresários e comerciantes que adquirem essas mercadorias em valores abaixo de mercado, ignorando e sem se importar com a procedência das mercadorias, fomentando sobremaneira a prática criminosa em nosso estado e país”, afirmou a delegada.
Ela ainda alerta que “àqueles que receptam produtos objetos de crime, fica um alerta, podem responder por receptação qualificada, com pena de até 8 anos de reclusão”.
FONTE: MS NOTICIAS