Um relatório da COGO Inteligência em Agronegócio revela um crescimento significativo no setor de etanol de milho no Brasil, com investimentos estimados em R$ 15 bilhões nos próximos cinco anos.

A previsão inclui a construção de 17 novas plantas, ampliando a produção nacional para além do Centro-Oeste e alcançando estados como Maranhão, Piauí, Tocantins, Bahia e Paraná.

Atualmente, o Brasil possui 43 plantas de etanol de milho em operação, responsáveis por produzir cerca de 8 bilhões de litros ao ano, o equivalente a 20% de todo o etanol do país. O Mato Grosso se destaca como líder em atração de investimentos no segmento, já acumulando aportes de R$ 4,6 bilhões, segundo a União Nacional do Etanol de Milho (Unem).

O relatório também aponta a complementaridade entre o etanol de milho e o de cana-de-açúcar.

Usinas têm adaptado suas operações para produzir ambos os tipos, aproveitando a entressafra da cana para maximizar a produção de etanol de milho.

Essa adaptação é considerada uma alternativa mais econômica em comparação à construção de plantas exclusivas para o milho.

Além disso, o setor gera coprodutos de alto valor, como os DDGs (grãos secos por destilação), amplamente utilizados na alimentação de bovinos, suínos, aves e pescados.

O Brasil já se posiciona como exportador desse insumo, reforçando o impacto positivo da cadeia produtiva.

Outro destaque é a previsão da Anfavea de aumentar o teor de etanol anidro na gasolina tipo C de 27% para 30%, o chamado E30. Com uma frota 85% flex, o Brasil tem potencial para intensificar o uso de biocombustíveis e avançar na agenda de descarbonização.

Os dados apresentados pela COGO foram baseados em análises da Unem, ANP e outras entidades, consolidando o etanol de milho como uma peça estratégica no agronegócio brasileiro e na sustentabilidade energética.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO