O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, deve se reunir com o governador do Paraná, Ratinho Júnior, até fevereiro para que seja feita uma avaliação do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) – que está perto de ser concluído -, para a construção da nova ponte sobre o Rio Paraná, ligando Mato Grosso do Sul ao Paraná.
A informação é do secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semadesc), Jaime Verruck.
Ao Correio do Estado, durante evento realizado na última quinta-feira (16) para a entrega de viaturas para a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Verruck revelou que o estudo está atrasado, já que era para ter sido entregue em novembro, e que sem ele muitas coisas ainda ficam em aberto, como quanto custará a ponte e quais serão os acessos a ela.
“O estudo tem que ser entregue pra vermos o dimensionamento da ponte. Nós estamos falando de uma ponte de R$ 100 milhões, R$ 200 milhões, e depois tem os acessos, né? Então, agora eles vão entregar esse estudo junto com o Ratinho [governador do Paraná]”, afirmou
O estudo, que teve início em 2023, foi viabilizado pela hidrelétrica Itaipu. Após a conclusão dele, serão realizados os estudos de impacto ambiental e os levantamentos técnicos para a elaboração dos projetos de engenharia. Depois que o material for apresentado para os governadores de ambos os estados, haverá uma devolutiva para a Itaipu.
“O Paraná ficou responsável de fazer o acesso à ponte do lado de lá, e nós o acesso do lado de cá. Esse estudo vai definir qual é o melhor acesso, se é por Itaporã ou se é por Nova Andradina. É ele [estudo] que vai definir”, concluiu o secretário.
De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), a construção da nova ponte, a estruturação das rodovias do lado paranaense e a implantação de uma rodovia do lado sul-mato-grossense estão avaliadas em um valor que se aproxima de R$ 1,4 bilhão.
Em junho do ano passado, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, garantiu que assim que o estudo for finalizado, e o traçado mais viável for definido, o Estado irá viabilizar a pavimentação do trecho da MS-473, para acesso a estrutura da ponte.
Quando finalizadas, as estruturas vão reduzir em até 130 km a distância até o Porto de Paranaguá.
Na reta final
Conforme noticiado anteriormente, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) sinalizou que o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) para a construção da nova ponte havia entrado na fase final, podendo ser concluído dentro de dois meses.
Em março de 2023, o comando da hidrelétrica Itaipu autorizou o repasse inicial de R$ 2,6 milhões para bancar o EVTEA, que representava mais de 80% do total conveniado para o estudo, que estava avaliado em R$ 3,2 milhões. À época, a estimativa era de que seriam necessários pelo menos R$ 350 milhões para a instalação da ponte.
Informações iniciais
Inicialmente, foi divulgado que a nova ponte terá quase dois quilômetros de extensão e largura de 13 metros – sendo 7,2 metros de pistas, 2,5 metros de acostamentos e 40 centímetros de barreiras New Jersey; e projetada com vigas pré-moldadas, e o vão central com a técnica de balanços sucessivos.
A ponte vai conectar o município sul-mato-grossense de Taquarussu ao distrito de Porto São José, em São Pedro do Paraná.
Conexões
Atualmente, Mato Grosso do Sul e Paraná têm conexão por meio de duas pontes sobre o Rio Paraná. A primeira está na BR-163, entre Mundo Novo e Guaíra, no extremo sul de MS. A outra ligação, entre Naviraí e o município paranaense de Icaraíma, é composta por uma série de cinco pontes sobre “braços” do rio. Esta terceira ponte ficaria mais ao norte, já próximo à ponte da Usina Sérgio Mota.
Atualmente, o escoamento agrícola até o porto de Paranaguá precisa ser contornado por São Paulo, na barragem de Porto Primavera, que conta com tráfego lento e restrição de peso para caminhões, já que o transporte passa sobre a barragem da usina Sérgio Mota.
FONTE: CORREIO DO ESTADO