Crucial para o desenvolvimento econômico do estado, especialmente em relação à competitividade do setor de celulose e biocombustíveis, o governo de Mato Grosso do Sul estuda melhorias no transporte ferroviário estadual.

Entre os avanços, estão a construção de um novo trecho ferroviário e a modernização da Malha Oeste no estado.

As pautas foram discutidas nesta quarta-feira (30), em reunião entre o secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia (Semadesc); e o Leonardo Cezar Ribeiro, secretário Nacional de Transporte Ferroviário do Ministério dos Transportes; em Brasília.

Novo trecho ferroviário
O primeiro assunto discutido foi a construção de uma ferrovia de 47 quilômetros, ligando o projeto Sucuriú Arauco à Malha Oeste.

O processo de autorização está em andamento na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT ) e já foi encaminhado ao Ministério da Infraestrutura e à Secretaria de Portos.

De acordo com o cronograma estabelecido, a expectativa é que, até o final de março, a resolução autorizando a obra seja publicada.

O secretário Jaime Verruck lembra que a empresa de celulose Arauco sinalizou que pretende iniciar a construção da ferrovia em setembro de 2025.

“Dentro desse cronograma, a Arauco tem uma sinalização de iniciar essa obra em setembro desse ano. Então, nós teríamos aí a primeira autorização da ferrovia Shortline, uma ferrovia ligando a indústria até a Malha Norte, para futuramente fazer todas as operações de exportação de celulose da Arauco”, afirmou.

O investimento na unidade da Arauco é de 4,6 bilhões de dólares, valor que reforça a relevância do projeto para a economia de Mato Grosso do Sul.

Verruck destacou, ainda, que a ferrovia da Arauco pode ser a primeira ferrovia Shortline do Brasil a ser autorizada após a regulamentação da lei do marco regulatório das ferrovias.

“Provavelmente, consolidando com a primeira autorização ferroviária do Brasil, após a regulamentação da lei do marco regulatório das ferrovias”, enfatizou o secretário.

Revitalização da Malha Oeste
O segundo tema abordado na reunião, foi a revitalização da Malha Oeste. A modernização prevê a recapacitação do trecho entre Corumbá e Porto Esperança, a rebitolagem da linha entre Campo Grande, Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas.

Além disso, está prevista a construção de um novo trecho ferroviário conectando Três Lagoas a Aparecida do Taboado e à operação da empresa Suzano.

O Tribunal de Contas da União (TCU) neste momento analisa a proposta e, em caso de aprovação, os investimentos poderão ser realizados a partir do segundo semestre de 2025, com previsão de conclusão para 2026.

“Temos que garantir a competitividade de Mato Grosso do Sul, e o transporte ferroviário é um elemento estratégico dentro dessa perspectiva. O fortalecimento das ferrovias vai contribuir para melhorar o escoamento da produção até o Porto de Santos, impulsionando a logística e a economia regional”, finalizou o secretário reforçando a importância das melhorias.

Novo edital da Rota da Celulose reduz exigências de duplicação da BR-262
Publicado nesta quinta-feira (30) o novo edital para privatização de 870 quilômetros de rodovias da chamada Rota da Celulose, alterou, entre outros quesitos, a exigência para duplicações na BR-262. O edital original previa 129 quilômetros. Agora, serão 101 quilômetros. O leilão está previsto para o dia 8 de maio, na bolsa de valores de São Paulo.

O edital inicial, que não atraiu interessados na tentativa de leilão realizada no começo de dezembro do ano passado, previa a duplicação do trecho entre Campo Grande e a fábrica de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo, que foi mantido no edital de agora.

As obras, que começarão um ano depois do início da concessão e terão de ser concluídas em cinco anos, demandarão, conforme o edital, investimentos R$ 617 milhões.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO