Durante visita oficial à China nesta semana, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou de uma série de encontros que resultaram em novas parcerias bilaterais entre Brasil e China na área da saúde. A agenda incluiu acordos estratégicos para produção de vacinas, fabricação de equipamentos médicos e ampliação da autonomia na produção de medicamentos no Brasil.
As tratativas ocorreram em Pequim, em reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com representantes do setor de saúde chinês.
Segundo Padilha, os acordos buscam aproximar os dois países em áreas de alta tecnologia e fortalecer a capacidade de resposta do sistema público brasileiro.
INSTITUTO BRASIL-CHINA PARA VACINAS E BIOTECNOLOGIA
Um dos principais resultados da visita foi a assinatura de um memorando entre as empresas Eurofarma (Brasil) e Sinovac Biotech (China) para a criação do Instituto Brasil-China para Inovação em Biotecnologia e Doenças Infecciosas e Degenerativas (iBRID).
O centro terá como foco o desenvolvimento de vacinas de última geração, terapias celulares, imunoterapias e medicamentos contra doenças infecciosas e degenerativas. A iniciativa busca transformar o Brasil em um polo de exportação de imunizantes para América Latina e África, ampliando a autonomia do país em biotecnologia.
NOVA PLATAFORMA DE INSUMOS FARMACÊUTICOS
Outro acordo anunciado trata da produção de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs), essenciais para a fabricação de medicamentos. As empresas Aurisco (China) e Nortec Química (Brasil) firmaram parceria para instalar uma plataforma industrial no Rio de Janeiro, com foco em IFAs sintéticos e biotecnológicos.
Com investimento previsto de R$ 350 milhões, o projeto terá controle majoritariamente nacional e capacidade estimada de 500 toneladas anuais. O objetivo é reduzir a dependência externa e ampliar a oferta de medicamentos no mercado interno, inclusive para o Sistema Único de Saúde (SUS).
EQUIPAMENTOS DE IMAGEM E DIAGNÓSTICO SERÃO PRODUZIDOS NO BRASIL
A visita também rendeu acordos com empresas chinesas para a produção nacional de equipamentos médicos. As parcerias envolvem tecnologias para raios-X digitais, ultrassom, tomografia, ressonância magnética e radioterapia, com destaque para empresas como Careray, SIUI, Wandong Medical, Shinva Medical e Iray Group.
Esses equipamentos são fundamentais para ampliar o acesso ao diagnóstico por imagem em unidades de saúde de médio e pequeno porte. A produção local poderá reduzir custos, melhorar a qualidade dos exames e estimular a geração de empregos no Brasil.
OUTROS PROJETOS SÃO ACELERADOS DURANTE AGENDA NA CHINA
Além dos novos acordos, o Ministério da Saúde aproveitou a viagem para tratar do andamento de três projetos que já haviam sido iniciados:
- Vacina contra dengue: produzida na China em parceria com o Instituto Butantan, deve abastecer uma futura campanha nacional de imunização.
- Insulina glargina: tipo moderno do medicamento, será fabricada com participação da Fiocruz, Biomm e Gan & Lee, com previsão de entrega de 20 milhões de unidades ainda este ano.
- Hospital digital inteligente: projeto em avaliação com o apoio de universidades e empresas chinesas, deve utilizar inteligência artificial e automação para criar um novo modelo de atendimento hospitalar no país.
NOVA ETAPA DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL EM SAÚDE
Segundo Padilha, as iniciativas representam um avanço significativo na cooperação tecnológica entre os dois países. “Essas parcerias não envolvem apenas importação, mas transferência de tecnologia, inovação e produção nacional. Isso traz benefícios diretos para o sistema público de saúde e fortalece a indústria brasileira”, afirmou.
As ações são parte de uma estratégia mais ampla do governo federal para reduzir a dependência do Brasil em insumos importados, ampliar a cobertura de saúde e investir em inovação científica com foco na saúde pública.
FONTE: MS NOTICIAS