Um grande número de eventos é realizado todos os fins de semana em Campo Grande e, infelizmente, golpistas aproveitam estas festas para lucrar.
Na última quinta-feira (11), o Correio do Estado apurou que um show, que traria grandes nomes do rap nacional, era falso. O evento estava sendo divulgado por um perfil com mais de 40 mil seguidores no Instagram.
A organização anunciava o “Trap in CG”, evento que prometia reunir Filipe Ret, Orochi, L7nnon, Sidoka, Cabelinho, Chefin, Teto, Bin e MU540, nomes que estão em alta nos gêneros de rap e trap nacionais.
O show estava marcado para o dia 8 de outubro, um sábado, às 20h, no Estádio Universitário Pedro Pedrossian (Morenão). O site para venda de ingressos já estava disponível, mas a venda só estaria disponível no domingo (14). Felizmente, o golpe foi desmascarado antes que pessoas começassem a comprar ingressos.
A arte utilizada para a divulgação do evento não parecia profissional, o que causou dúvidas a respeito de sua procedência. O Correio do Estado entrou em contato com a equipe de um dos cantores, que informou que o mesmo não teria agenda na Capital na data informada pela organização do evento, o que comprovou que o show não se passava de um golpe.
Crislaine Oliveira, da Secretaria de Rádio, TV e Mídias (Semid), informou que o Morenão também não estava com evento agendado ou autorizado para a data.
Os golpistas não responderam às perguntas, e, após serem pressionados, excluíram o perfil das redes sociais. A postagem que divulgava o evento já possuía comentários de muitos interessados, e diversas pessoas já republicavam a lista de artistas em seus stories.
Como se proteger
Como muitos eventos são divulgados por redes sociais e vendas são realizadas via internet, os golpes se intensificaram.
Raphael Chaia, advogado e professor especialista em Direito Eletrônico, recomenda que o consumidor faça uma pesquisa aprofundada, se informe sobre quem é a empresa organizadora do evento, solicite informações sobre o alvará que permitiu que ele fosse realizado e confirme se o local está alugado para o evento para evitar cair em golpes.
“Para você identificar se um evento é verdadeiro ou falso é um pouco complicado, porque você tem que fazer essa pesquisa de campo. Mas tem algumas coisas que já dão alguns sinais de que pode ser uma fria. Por exemplo, é um artista conhecido. Vai ver a agenda de shows desse artista no site oficial ou nas redes sociais dele. É uma forma de você saber se realmente aquele show que vai ser realizado está na agenda dele”, comentou.
O advogado também comentou sobre a venda de ingressos falsos, que tem sido um problema mais recorrente do que o falso evento. Nesses casos, a festa ou show realmente acontece, mas o cambista vende um ingresso, podendo ele ser físico ou online, que não existe ou que já foi utilizado.
“Mais grave que o problema de eventos falsos tem sido o problema dos ingressos falsos, esses tem pego bem mais gente, porque os cambistas vendem ingressos falsos para eventos, shows, que são verdadeiros, aí as pessoas muitas vezes tentam ingresso, não conseguem porque esgota, e na ânsia de querer uma entrada acabam caindo nessa fraude de má fé”, afirmou.
Para ele, uma das formas mais simples de evitar os golpes é verificar as informações do ingresso com a organização.
“Uma das formas mais simples de você evitar cair nessas fraudes é tentar buscar os ingressos por meios mais tecnológicos, por exemplo, os ingressos que você pode guardar na carteira do seu celular por meio de um QR code ou pulseiras de acesso, ou ainda verificar os próprios dados e as informações do ingresso junto à organização do evento, ver se a data está certa, se o local está certo, se o dia do show está certo, pra evitar cair nessas falsificações”, concluiu.
Algumas plataformas de vendas de ingressos permitem a transferência segura do vendedor para o comprador. Caso na sua compra de ingresso online por meio de cambista o vendedor envie uma captura de tela, vale consultar a organização do evento e informar que desconfia ter comprado um ingresso suspeito, para evitar ser barrado na porta.
Raphael reforça que, no final, acaba valendo a regra clássica: desconfie.
FONTE: CORREIO DO ESTADO