Mais de 15 dias depois do julgamento dos envolvidos no caso Marielly, morta aos 19 anos, após um aborto malsucedido, Hugleice da Silva, de 38 anos, que à epoca era cunhado da vítima, e o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, de 51, recorrem da decisão do Júri.
Os dois foram levados à Júri Popular 11 anos após o crime e foram condenados tanto pela morte da jovem quanto por ocultar o cadáver dela em um canavial.
A pena de Hugleice ficou em quatro anos e a do enfermeiro foi de cinco anos e três meses, sendo que deverão ser cumpridas em regime semi-aberto e os condenados podem recorrer em liberdade.
Agora, os dois pedem a anulação do julgamento e a consequente absolvição dos réus por entenderem que a análise feita pelos jurados diverge das provas apresentadas e que o crime de ocultação de cadáver já prescreveu.
A defesa de Jodimar afirma que as provas apresentadas são contrárias ao julgamento, já que o enfermeiro foi investigado pela polícia e todas as vezes negou a participação no aborto.
Segundo ele, à época dos fatos, já não trabalhava mais como enfermeiro, exercendo a profissão de cabeleireiro e manicure.
Ele ainda afirma que a principal testemunha, que era sua funcionária, se contradisse em diversos momentos, inclusive em juízo. Assim, o enfermeiro afirma que o relato dela não é confiável e que não há provas suficientes que comprovem que ele teve participação no procedimento de aborto clandestino que acabou na morte da estudante.
Por sua vez, a defesa de Hugleice apenas pede para que a pena seja diminuída usando, também, a alegação de que o crime de ocultação de cadáver prescreveu já que foi julgado 11 anos após a morte de Marielly.
O recurso também solicita que o regime prisional passe do semi-aberto para o aberto, uma vez que a condenação seria fixada em três anos caso o crime de ocultação for desconsiderado.
Os pedidos serão apreciados em sessão de julgamento do Tribunal de Justiça de MS.
FONTE: CORREIO DO ESTADO