Partidos e candidatos perdedores e ganhadores se juntam, desde a semana passada, para debater as possíveis alianças de olho no segundo turno da disputa pelo governo de Mato Grosso do Sul. Mas, entre uma conversa e outra, o assunto acerca da sucessão do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) muda para uma outra briga eleitoral, a qual acontecerá somente daqui a dois anos.

Trata-se da próxima eleição, a que envolve a peleja pela Prefeitura de Campo Grande. Legendas que ficaram de fora do pleito concorrido por Capitão Contar (PRTB) e Eduardo Riedel (PSDB) já pensam nela.

Na sexta-feira (7), por exemplo, em reunião na sede do MDB, em Campo Grande, o ex-governador André Puccinelli convocou a imprensa para dizer que integrantes de seu governo estão liberados para apoiar os adversários Contar ou Riedel.

No meio da entrevista, espontâneo ou proposital, surgiu o assunto da eleição de 2023, a que define a briga pela prefeitura da capital sul-mato-grossense.

Claro, o nome de Puccinelli, que conduzia a reunião e que já administrou a cidade duas vezes (1997-2004), foi o mais prestigiado, com direito a salva de palmas.

Contudo, o ex-governador recusou a proposta, ao menos ali, diante dos correligionários. Ele, que terá 76 anos de idade na eleição, fez um aceno negativo, ou seja, pelo menos por enquanto não deseja concorrer de novo.

Em política, geralmente o que se diz pela manhã pode não ser repetido à tarde, segundo entendidos no assunto.

Puccinelli conta ainda com eleitores campo-grandenses que ainda o querem na política. Tanto que na eleição do primeiro turno ele foi o segundo mais bem votado na cidade, com 107.260 votos, ficando atrás somente do Capitão Contar, que obteve 130.972.

O ex-governador (2007-2014) e ex-prefeito da cidade superou os votos de Marquinhos Trad (PSD), que deixou a Prefeitura de Campo Grande em março. E ganhou também de Rose Modesto (União Brasil), que concorreu pelo governo e já disputou a prefeitura.

Rose, além de Puccinelli, também desponta como possível postulante à vaga de prefeita. Ela já confidenciou a amigos que tem vontade de administrar a cidade.

Agora, Rose, cujo mandato de deputada federal expira em dezembro, daqui dois meses, deixou o União Brasil e buscará outra legenda. Por dois anos, ela fica sem mandato.

Dependendo do resultado do segundo turno na disputa pelo governo de MS, Capitão Contar, se perder o governo, também é um possível concorrente. Ele foi o campeão de votos na Capital sul-mato-grossense no primeiro turno. O mesmo pode acontecer com Eduardo Riedel em caso de derrota, que poderá ser o candidato dos tucanos na briga pela prefeitura da Capital.

Há, ainda, Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), que ficou em segundo lugar na disputa pelo Senado e, até a disputa pela Prefeitura de Campo Grande, assim como Rose, não terá mandato. Primo dos irmãos Trad, tradicional família de políticos da cidade, Mandetta ainda não comentou o assunto, a não ser seus aliados políticos. “É possível”, disse um deles.

Marquinhos Trad, outro que fica sem mandato até as eleições municipais, ainda não se manifestou sobre seu projeto político daqui em diante. Mas, naturalmente, seu nome apareceria como eventual candidato do PSD, sua legenda.

Como foi reeleito, por regra eleitoral, ele não pode concorrer nas próximas eleições, a não ser que dispute mandato de vereador do município.

Marquinhos deixou a prefeitura em abril, faltando 2 anos e 7 meses para completar o segundo mandato, para concorrer ao governo. Foi criticado por alguns parceiros.

Também despontam como eventuais candidatos das eleições municipais a advogada Giselle Marques (PT) e o Juiz Odilon (PSD).

A prefeita Adriane Lopes (Patriota), que era vice de Marquinhos, também nada disse até agora se pretende concorrer para se manter no cargo.

Na Câmara Municipal de Campo Grande, já foram ventilados dois nomes de vereadores que estariam esperançosos em se tornar candidatos à prefeitura da Capital – o presidente da Casa, Carlão (PSB), e Marcos Cesar Malaquias Tabosa (PDT).

Oficialmente, o pedetista não afirmou que será candidato ao Poder Executivo nas próximas eleições, porém, colegas do vereador levantaram essa hipótese, e há parlamentar que diga que os discursos de Tabosa na Câmara já são palanque eleitoral para 2024.

Puccinelli anuncia apoio a Capitão Contar

Na tarde desta quarta-feira (12), em Campo Grande, o ex-governador André Puccinelli (MDB), candidato derrotado no primeiro turno e terceiro colocado nas eleições, anunciou apoio ao candidato Capitão Contar (PRTB) no segundo turno das eleições. Puccinelli acompanha outros dois candidatos derrotados: Rose Modesto, que concorreu pelo União Brasil e está sem partido, e Marquinhos Trad (PSD). Contar tem entre suas bandeiras o combate à corrupção, e Puccinelli ainda enfrenta acusações da Operação Lama Asfáltica, da Polícia Federal.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO