Apesar das reuniões com as lideranças do PT e do PP nos últimos dias, quando foi cobrado por mais espaços para ambos os partidos na sua gestão, o governador eleito Eduardo Riedel anunciou, na manhã de ontem, cinco novos nomes para o primeiro escalão do seu governo e não contemplou nenhuma das legendas.

Entre os nomes anunciados foram mantidos Carlos Videira, na Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Jaime Verruck, na Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), e Carlos Girão, na Controladoria-Geral do Estado (CGE).

Além disso, ele também divulgou os nomes do deputado estadual eleito Pedro Caravina (PSDB) para a Secretaria Estadual de Governo (Segov) e do médico Maurício Corrêa para a Secretaria de Estado de Saúde (SES), ou seja, nenhum dos nomes anunciados contemplou o PP ou o PT.

Ainda faltam os nomes para ocuparem a Secretaria de Estado de Educação (SED), a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Assistência Social (Sedhas) e a Secretaria Estadual de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania (SETESCC).

Questionado sobre o porquê de não ter ainda contemplado os partidos aliados, Eduardo Riedel negou que esteja tendo qualquer tipo de dificuldade para a escolha do seu secretariado.

“Trata-se de um processo em que estou buscando formar um time mais diligente possível, para gerar o resultado que queremos para Mato Grosso do Sul. A conversa com os partidos aliados está se dando de maneira muito natural e com muita compreensão dos nossos objetivos”, assegurou.

Ele completou ainda que os partidos aliados serão contemplados, porque o governo tem ao longo da sua estrutura setores centrais sob condução de pessoas que conhecem muito bem cada dimensão da sua área de atuação para que possam indicar pessoas também com critério técnico e com responsabilidade para integrar a política pública.

“Não vejo nenhuma dificuldade de discussão com os partidos aliados sobre espaço na minha gestão, pelo contrário, diversas áreas estão sendo tratadas com os secretários já escolhidos”, garantiu.

O governador eleito ainda considerou natural que neste momento se tenha cautela e cuidado na escolha do seu secretariado, pois é um tempo muito curto entre o 2º turno das eleições e o início da sua gestão.

“A discussão em relação aos nomes tem mais a ver com discussão de projetos, mas é claro que estamos tendo conversas com os partidos aliados, mas não está tendo nenhuma dificuldade”, afirmou.

PP

No entanto, tanto o PP quanto o PT não estão muito satisfeitos com a fórmula adotada por Eduardo Riedel para a escolha do seu secretariado.

Na manhã dessa segunda-feira, a senadora eleita Tereza Cristina (PP-MS) reuniu-se com o governador eleito para cobrar espaço para o partido na futura administração estadual e também fechar consenso para a eleição do deputado estadual reeleito Gerson Claro para ser o novo presidente da Assembleia Legislativa a partir do próximo ano.

“Sentamos com Riedel para apresentar quadros do PP para sua administração e sobre a nossa escolha para a presidência da Assembleia Legislativa. Ter um partido dialogando com consenso mostra como o Progressistas está forte e unido para trabalhar por Mato Grosso do Sul”, defendeu a senadora eleita, revelando ainda que a reunião também serviu para que o partido e o governador eleito pudessem discutir questões referentes à próxima gestão estadual.

Os nomes do PP cotados para assumir cargos na gestão de Riedel são o ex-presidente da Famasul, Ademar da Silva Júnior, o primeiro-suplente de deputado federal Walter Carneiro, que atualmente é o diretor-presidente da Sanesul e gostaria de continuar no cargo, o secretário-geral do partido, Marco Aurélio Santullo, e o deputado federal reeleito Luiz Ovando, que poderia assumir a SES, mas já foi preterido.

PT

Já o PT não gostou de ser lembrado apenas para ocupar uma secretaria executiva, um cargo que não é considerado substancial, o que coloca em dúvida o apoio da bancada petista ao governo Riedel na Assembleia Legislativa.

“É um desprezo anunciar praticamente toda a equipe do primeiro escalão e não contemplar o PT. Classifico como um preconceito político, ideológico e social contra o nosso partido, mesmo dizendo que reconhece a importância que a legenda teve na eleição dele no 2º turno. Se não fosse o PT, Riedel não seria o governador diplomado na noite de segunda-feira”, assegurou o deputado estadual eleito Zeca do PT.

O ex-governador ainda garantiu à reportagem do Correio do Estado que disse pessoalmente ao governador eleito que ou ele contemplava o PT com uma proposta decente e de respeito para levar o partido para dentro do governo dele ou então a bancada vai ficar independente, votando a favor daquilo que considerar importante e não votando naquilo que considerar sem importância ou equivocado, como tem de ser.

“Sinceramente, eu considero até melhor que fique assim, mas vamos ver o que vai acontecer nos próximos dias. Mas, sinceramente, não me sinto contemplado”, declarou.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO