O Ministério Público de São Paulo ofereceu denúncia contra o ex-presidente do Santos Orlando Rollo. Rollo, que está preso desde 18 de novembro, teve a prisão convertida de temporária para preventiva (quando não há prazo definido para a soltura).
Rollo, que é investigador da Polícia Civil, é suspeito de desviar 790 quilos de cocaína e de tentar revender a droga para o traficante Vinicyus Soares da Costa, 33, o Evoque, ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital).
De acordo com as investigações, o ex-dirigente santista negociou a devolução da carga apreendida com o advogado João Manuel Armôa Júnior, que defende Evoque.
O caso começou em agosto deste ano. No início da madrugada do dia 6, um caminhão Mercedes Benz foi abordado por Rollo e mais três agentes da polícia civil. No teto do veículo, escondidos, foram encontrados 958 quilos de cocaína. O motorista que dirigia o veículo deixou o local durante a abordagem policial e não foi preso em flagrante. Na ocasião, os policiais só apresentaram 168 quilos da droga como apreendidos.
Assim, aproximadamente 790 quilos foram subtraídos pelos agentes do Estado. De acordo com as investigações, Rollo, Armôa, Evoque e os demais policiais estiveram reunidos no 3º DP de Santos, na noite do dia 7 de agosto. O encontro começou às 23h51 e foi até 2h29 do dia 8.
No minuto seguinte, Armôa escreveu para Rollo. “Por favor, depois veja a matemática final da devolução da cerveja! Abraço.” O ex-dirigente responde: “tá bom. Vamos tentar agilizar esse retorno”.
Os 790 quilos de cocaína subtraídos de Evoque ainda estão desaparecidos. Segundo apurou a reportagem, o Ministério Público entende que este fato só reforça a necessidade de manter presos os acusados. A menos que a Justiça entenda que a prisão deva ser revogada por algum motivo, como a necessidade de algum tratamento médico.
Para isso, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), precisa dizer que não tem condições de cuidar de algum dos presos.
Do ponto de vista do MP, não há nenhuma dúvida de que o carregamento que sumiu se tratava de droga. Rollo e outros três investigadores da Polícia Civil de Santos, devem ficar presos até o julgamento do caso.
A reportagem tentou contato com o advogado de Orlando Rollo, mas não obteve resposta. Assim que ele se manifestar, o texto será atualizado.
FONTE: CORREIO DO ESTADO