Com o anúncio de mais quatro nomes feito na tarde de ontem (27), o governador diplomado Eduardo Riedel (PSDB) finalmente completou o seu secretariado para a gestão que se inicia em 1º de janeiro de 2023, excluindo representantes do PT e do PP de seu primeiro escalão.

Os últimos nomes são Hélio Queiroz Daher (Educação); Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre (Assistência Social); Marcelo Ferreira Miranda (Turismo, Esporte, Cultura); e Eliane Detoni (Parcerias Estratégicas).

No entanto, Riedel adiantou que Elisa Cléia ficará temporariamente na Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Assistência Social (Sedhas), já que a nova secretária de Estado será anunciada em fevereiro, pois estaria exercendo um cargo atualmente e não poderia sair.

Nas semanas anteriores, ele já havia anunciado os nomes de Eduardo Rocha (Casa Civil); Ana Nardes (Administração); Pedro Caravina (Governo); Maurício Corrêa (Saúde); Jaime Verruck (Meio Ambiente e Desenvolvimento); Hélio Peluffo (Infraestrutura); Antonio Carlos (Segurança); Flávio César (Fazenda); Eliane Detoni (Parcerias Estratégicas); Carlos Girão (CGE); e Ana Ali Garcia (PGE).

Questionado sobre o fato de o PT e o PP não terem nenhum nome como titulares dos cargos do primeiro escalão, o governador diplomado não considerou dessa forma, completando que os partidos aliados vão compor o governo com representantes nas secretarias-executivas, subsecretarias, fundações e agências.

“No caso do PT, nós temos cargos disponíveis sugeridos pelos parlamentares do partido na agricultura familiar, no atendimento das comunidades indígenas e quilombolas. A política pública está muito bem desenhada, e as pessoas que puderem vir para contribuir serão muito bem-vindas”, afirmou.

Ele completou ainda que os partidos aliados serão contemplados porque o governo tem, ao longo de sua estrutura, setores centrais sob condução de pessoas que conhecem muito bem cada dimensão de sua área de atuação para que possam indicar pessoas também com critério técnico e com responsabilidade para integrar a política pública.

“Não vejo nenhuma dificuldade de discussão com os partidos aliados sobre espaço na minha gestão, pelo contrário, diversas áreas estão sendo tratadas com os secretários já escolhidos”, garantiu, referindo-se às secretarias-executivas e subsecretarias.

Partidos aliados

No entanto, o deputado estadual diplomado Zeca do PT criticou a falta de espaço e, por isso, o partido deve impor na Assembleia Legislativa uma oposição a Eduardo Riedel.

“Sou absolutamente contra esse desprezo, essa indiferença, esse resto de festa. Em fevereiro, o PT deve atuar de maneira independente e exercer contra a gestão de Riedel uma fiscalização dura, árdua e crítica. Os erros com certeza vão acontecer. Riedel é diferente de Reinaldo Azambuja [atual governador, também do PSDB]. Ele é arrogante, como é a elite deste Estado”, afirmou.

No dia 19, a senadora diplomada Tereza Cristina (PP-MS) chegou a se reunir com Riedel para cobrar espaço para o partido na futura administração estadual e também fechar consenso para a eleição do deputado estadual reeleito Gerson Claro para ser o novo presidente da Assembleia Legislativa a partir de 2023.

“Sentamos com o Riedel para apresentar quadros do PP para sua administração e sobre a nossa escolha para presidência da Assembleia Legislativa. Ter um partido dialogando com consenso mostra como o Progressistas está forte e unido para trabalhar por Mato Grosso do Sul”, defendeu.

Ela revelou ainda que a reunião também serviu para que o partido e o governador eleito pudessem discutir questões referentes à próxima gestão estadual. Apesar dessa cobrança pública, o governador diplomado não atendeu Tereza Cristina, que terá de se contentar com secretarias-executivas, subsecretarias e fundações.

Fontes ouvidas pelo Correio do Estado revelaram que, como o PP já tem a vice-governadoria, com Barbosinha, e a possível presidência da Assembleia Legislativa, Riedel sentiu-se liberado para não destinar cargos no seu governo para o partido.

Os nomes do PP cotados para assumir cargos na gestão de Riedel são o ex-presidente da Famasul Ademar da Silva Júnior; o primeiro-suplente de deputado federal Walter Carneiro, que atualmente é o diretor-presidente da Sanesul e gostaria de continuar no cargo; o secretário-geral do partido, Marco Aurélio Santullo; e o deputado federal reeleito Luiz Ovando, que poderia assumir a SES, mas já foi preterido.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO