Para algumas pessoas, o início de um novo ano traz esperança de dias melhores. Infelizmente, para outras, a data acaba perdendo o sentido, sendo tomada pela violência.
No dia 1º de janeiro de 2023, onze vítimas compareceram à delegacias de Mato Grosso do Sul para denunciar estupro. As onze vítimas eram mulheres, sendo cinco delas crianças (0 a 11 anos), cinco adolescentes (12 a 17 anos) e uma adulta (30 a 59 anos).
No mesmo dia, 75 pessoas abriram boletim de ocorrência contra violência doméstica. Destas, 70 eram mulheres, número que corresponde a 93,3% das vítimas. A maioria das denúncias (35) foram feitas por adultos de 30 a 59 anos; as demais denúncias foram feitas por 33 jovens de 18 a 29 anos, quatro idosos acima de 60 anos e três adolescentes, de 12 a 17 anos.
Os dados, divulgados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), contemplam desde o início do dia 1º, à meia-noite, até às 23h59.
Ano anterior
Em 2022, durante todo o ano, foram registradas 1.957 ocorrências de estupro em todo o estado, o que corresponde a cinco estupros denunciados por dia.
As principais vítimas foram mulheres, que correspondem a 84,1% das vítimas. Os dados relacionados à faixa etária das vítimas são alarmantes: 47,6% foram crianças, de 0 a 11 anos; 33,1% foram adolescentes, de 12 a 17 anos.
Os meses que registraram o maior número de ocorrências foram janeiro (173) e julho (183).
No ano passado, foram registradas 20.991 denúncias de violência doméstica, uma média de 53 boletins de ocorrência por dia.
As principais vítimas foram mulheres, que fizeram 17.331 registros, número que corresponde a 82,4% do total. Em relação à faixa etária, as principais vítimas foram adultos (48,8%) de 30 a 59 anos.
Janeiro (1.742), março (1.754), abril (1.709) e outubro (1.755) foram os meses com maior número de denúncias.
Feminicídio
O ano de 2022 ficou marcado como o ano recorde em número de vítimas de feminicídio já registrado em todo o estado. Segundo dados da Sejusp, foram 50 vítimas, número 42,8% maior do que o registrado em 2021 (35).
Os dados vêm sendo registrados desde 2015, quando o crime contra a mulher passou a ser tipificado como feminicídio.
Naquele ano, foram registrados 15 óbitos. Em 2016, o número de óbitos aumentou em 133%, com 35 vítimas. O ano de 2017 teve uma leve queda, com 28 vítimas. Em 2018, 36 mulheres foram vítimas de feminicídio. Nos anos de 2019 e 2020, foram registrados 30 e 40 óbitos, respectivamente. Em 2021, foram 35 vítimas.
FONTE: CORREIO DO ESTADO