No último carnaval, em 2020, cerca de 60 mulheres foram vítimas estupro durante os dias da festividade, informam dados da Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). O número é um alerta para o retorno do carnaval e as autoridades dizem estar em cima de qualquer tipo de importunação sexual, promovendo, também, um trabalho de conscientização.
Segundo a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS), inclusive beijo roubado é crime de importunação sexual.
A campanha “Não é Não”, que já é realizada há alguns anos, alerta para o respeito ao próximo e importância de curtir o carnaval sem cometer assédio.
Desse modo, além da campanha, é realizado o reforço no policiamento durante o período de festas de Carnaval.
“O beijo roubado forçado, o puxão pelo braço ou pelo cabelo, agarrar pela cintura, cantadas invasivas, passar a mão sem o consentimento, são exemplos de importunação sexual”, explica a PMMS.
O Código Penal estipula pena de reclusão de 1 a 5 anos, se o ato não constituir crime mais grave.
Disque-denúncia
Para denunciar violência contra a mulher, basta ligar no disque-denúncia 180. Se presenciar ou for vítima de uma violência, procure um Policial ou a Delegacia de Polícia mais próxima.
Qualquer delegacia está apta a receber denúncias de importunação sexual e em Campo Grande, a DEAM na Casa da Mulher Brasileira funciona 24h, todos os dias.
Vale ressaltar que não apenas a vítima pode denunciar, mas qualquer pessoa que presenciar um ato enquadrado em situações suspeitas pode ajudar como testemunha ou tirando fotos para facilitar a identificação do infrator ou ajudar na denúncia.
Alerta
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontam, ainda, que Campo Grande é a capital com a maior taxa de estupro no País, com 80,2 casos a cada 100 mil habitantes. Em todo o ano de 2021, 735 ocorrências foram registradas no município.
Para se ter uma ideia, capitais com densidade populacional semelhante à da Cidade Morena, como Natal (RN) e Teresina (PI), possuem uma taxa de 17,7 e 40,3 casos a cada 100 mil habitantes, respectivamente.
Em números absolutos, Campo Grande configura como a terceira capital do Brasil que mais registrou estupros no ano passado. O número é inferior apenas a São Paulo e Rio de Janeiro, com 2.339 e 1.600 casos respectivamente em 2021.
De 2020 para 2021, houve um crescimento de 5,6% nos casos de estupro na Capital, de 696 para 735 ocorrências. Em 2019, foram computados 673 estupros.
Saiba mais
Em Campo Grande, entre os representantes da população, a vereadora Luiza Ribeiro (PT) entrou na campanha contra o assédio no carnaval com distribuição de leques.
A estratégia é distribuir leques durante as festividades do carnaval para incentivar as foliãs a se divertirem com segurança. E, caso aconteça, que elas possam denunciar e serem ouvidas. A ideia é que os leques funcionem também como um alerta ao folião abusado.
“O carnaval é uma festa tradicional e estou feliz por voltar às ruas e celebrar. É tempo de respirar e comemorar com vacina no braço e segurança para todos, principalmente para as mulheres e meninas nas ruas. Não é Não!”, disse a vereadora. (Colaborou Mariana Moreira).
FONTE: CORREIO DO ESTADO