O Tribunal de Barcelona rejeitou nesta terça-feira o pedido de liberdade provisória do jogador Daniel Alves, acusado de estupro por uma mulher de 23 anos.

A Justiça espanhola alegou que há risco de fuga do atleta brasileiro e que ele deve permanecer preso durante o processo de investigação.

Em seu recurso, o advogado Cristóbal Martell alegou que o lateral-direito aceitou entregar seu passaporte e até uma pulseira eletrônica para ser monitorado pela Justiça, caso obtivesse a liberdade provisória.

O brasileiro também se ofereceu para comparecer diante do tribunal e das autoridades com a frequência exigida pela Justiça e prometeu manter distância mínima de 500 metros da mulher que o denunciou.

Para os três juízes responsáveis pelo caso, Eduardo Navarro, Myriam Linage e Carmen Guil, estas medidas não são suficientes para evitar uma possível fuga do brasileiro, uma vez que há o risco de sofrer uma condenação de longa duração.

Se fosse liberado e voltasse para o Brasil, a Justiça espanhola nada poderia fazer porque o País não extradita seus cidadãos.

A corte espanhola também alegou que há indícios consideráveis de que Daniel Alves cometeu o crime e que sua fortuna facilitaria uma eventual fuga, mesmo em caso de uma fiança de valores elevados.

Um dos pontos da acusação era exatamente a facilidade com que o jogador poderia entrar em um voo particular e retornar ao Brasil, onde possui uma série de empresas. “Soltá-lo seria como atacar a integridade psicológica da minha cliente”, afirmou Ester García, advogado que representa a suposta vítima.

Para Martell, a vida do jogador brasileiro gira em torno da Espanha, o que possibilitaria a liberdade provisória.

Desde 2010 está registrado na Espanha. “Ele é casado com uma espanhola”, disse o advogado, se referindo a modelo Joana Sanz.

O jogador de 39 anos completou um mês na prisão na segunda-feira Ele foi detido no dia 20 de janeiro ao prestar depoimento sobre o caso da suposta agressão sexual contra uma mulher no dia 30 de dezembro. O Ministério Público da Espanha pedira a prisão preventiva, sem direito à fiança, e a titular do Juizado de Instrução de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção.

A acusação se refere a um episódio que teria ocorrido na casa noturna Sutton, em Barcelona. O atleta, que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, teria trancado, agredido e estuprado a denunciante em um banheiro da área VIP, segundo o jornal El Periódico.

As contradições apresentadas por Daniel Alves em seu depoimento teriam sido decisivas para a ordem de prisão, no mês passado.

No início de janeiro, o jogador deu entrevista ao programa “Y Ahora Sonsoles”, do canal Antena 3, em que confirmou que esteve na mesma casa noturna que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia.

Mas, no depoimento dado a polícia, de acordo com os meios de comunicação da Espanha, o atleta afirmou que esteve com a mulher, mas sem ato sexual.

Posteriormente, admitiu ter feito sexo, mas alegou que a relação foi consentida. Segundo a rádio Cadena SER, imagens da vigilância interna do local confirmam que Daniel Alves ficou 15 minutos com a mulher no banheiro. Material coletado encontrou vestígios de sêmen tanto no trato intravaginal quanto no vestido da denunciante.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO